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Presidente do Cazaquistão autoriza polícia a atirar em manifestantes

Tokayev disse que o governo restaurou em grande parte a ordem e acrescentou que o que ele chamou de operação de contraterrorismo continuaria "até a liquidação total dos militantes"

Policiais patrulham ruas de Almaty, após manifestações, em 5 de janeiro de 2022 (AFP/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 10h33.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, afirmou nesta sexta-feira que deu ordem à polícia e ao Exército para atirar sem aviso, enquanto as forças de segurança do país vasculhavam as ruas de Almaty e outras cidades em busca de manifestantes, após dias de agitação provocada por um aumento no preço dos combustíveis.

Tokayev disse que o governo restaurou em grande parte a ordem e acrescentou que o que ele chamou de operação de contraterrorismo continuaria "até a liquidação total dos militantes", que ele disse ainda estarem usando armas.

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"As agências de aplicação da lei e o Exército receberam uma ordem minha para atirar em terroristas para matar sem aviso", disse ele, após a chegada de tropas russas para apoiá-lo.

Os líderes autoritários das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central costumam usar o termo "terrorista" para descrever dissidentes ou manifestantes.

Veículo queimado durante protesto em Almaty, Cazaquistão (Pavel Mikheyev/Reuters)

Os protestos desta semana foram desencadeados pelos aumentos nos preços dos combustíveis, que entraram em vigor no início do ano e se transformaram em uma onda mais ampla de frustração sobre a economia do país e o sistema político.

Autoridades cazaques dizem que grupos armados tentaram confiscar prédios do governo. Dezenas de pessoas foram mortas, de acordo com as autoridades, incluindo policiais.

A desordem mais significativa parece ter ocorrido em Almaty, a maior cidade, onde os moradores relataram ter ouvido tiros na sexta-feira e visto lojas que haviam sido saqueadas e suas janelas quebradas.

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