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Presidente da Câmara defende pauta própria na convenção

Nos bastidores da Convenção Republicana, o republicano que ocupa o cargo eletivo mais importante no momento vem divulgando uma visão destoante para o partido

Paul Ryan: ele se desentendeu publicamente com Trump em razão da sua promessa de deportar imigrantes ilegais e acabar com acordos comerciais (Jim Young / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 09h59.

Cleveland - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos , Paul Ryan, fez sua maior demonstração de apoio à campanha presidencial de Donald Trump até o momento na terça-feira na Convenção Nacional Republicana , dizendo que o empresário de Nova York, que ele já criticou repetidamente, oferece aos EUA "uma chance de um caminho melhor".

Nos bastidores de Cleveland, o republicano que ocupa o cargo eletivo mais importante no momento vem divulgando uma visão destoante para o partido, apoiado por alguns doadores ricos e por figuras do establishment republicano que o veem como o salvador de uma legenda que mergulhou no caos com a candidatura de Trump.

Esse apoio reflete as divisões profundas dentro do Partido Republicano a respeito das posições mais duras de Trump a respeito da contenção da imigração ilegal e de suas ameaças de descartar acordos comerciais, que ele afirma prejudicarem os trabalhadores norte-americanos, mas que líderes da legenda veem como cruciais para suas políticas de livre comércio.

O racha criou uma crise de identidade no partido, personalizada nas figuras de Trump e Ryan.

"Todos sabem a situação difícil em que Paul Ryan está", disse Annie Dickerson, delegada de Nova York na convenção e conselheira próxima do financista republicano Paul Singer, referindo-se ao dilema de Ryan ao apoiar um candidato que não representa muitos dos valores tradicionais do partido na eleição presidencial de 8 de novembro.

"Ele é o antídoto para toda a frustração que se vê em Cleveland nesta semana", acrescentou, observando que, apesar do clamor público por união, ainda há pessoas insatisfeitas com a indicação de Trump.

Ryan, de 46 anos, preside a convenção na qual o magnata foi nomeado oficialmente na terça-feira, mas vem se mostrando discreto, tendo evitado o primeiro dia de convenção na segunda-feira para realizar reuniões com delegações estaduais e discursando em encontros particulares com apoiadores republicanos, de acordo com assessores e espectadores.

Nestas reuniões, segundo pessoas presentes, Ryan vem defendendo sua plataforma "um Partido Republicano melhor", uma pauta tem fortes semelhanças com o modelo de conservadorismo que o ex-presidente George W. Bush defende: regulamentações reduzidas, menos impostos e reforma do seguro social.

Essa agenda contrasta com os discursos típicos de Trump, que prefere zombar de seus adversários e evita discussões detalhadas sobre políticas de governo.

Ryan se desentendeu publicamente com Trump em razão da promessa do candidato presidencial de que iria deportar milhões de imigrantes ilegais e acabar com acordos comerciais.

O deputado também criticou o pedido do ex-apresentador de reality show para que muçulmanos sejam impedidos de entrar nos EUA e classificou de racistas os comentários de Trump sobre as origens de um juiz mexicano-norte-americano.

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Cleveland - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos , Paul Ryan, fez sua maior demonstração de apoio à campanha presidencial de Donald Trump até o momento na terça-feira na Convenção Nacional Republicana , dizendo que o empresário de Nova York, que ele já criticou repetidamente, oferece aos EUA "uma chance de um caminho melhor".

Nos bastidores de Cleveland, o republicano que ocupa o cargo eletivo mais importante no momento vem divulgando uma visão destoante para o partido, apoiado por alguns doadores ricos e por figuras do establishment republicano que o veem como o salvador de uma legenda que mergulhou no caos com a candidatura de Trump.

Esse apoio reflete as divisões profundas dentro do Partido Republicano a respeito das posições mais duras de Trump a respeito da contenção da imigração ilegal e de suas ameaças de descartar acordos comerciais, que ele afirma prejudicarem os trabalhadores norte-americanos, mas que líderes da legenda veem como cruciais para suas políticas de livre comércio.

O racha criou uma crise de identidade no partido, personalizada nas figuras de Trump e Ryan.

"Todos sabem a situação difícil em que Paul Ryan está", disse Annie Dickerson, delegada de Nova York na convenção e conselheira próxima do financista republicano Paul Singer, referindo-se ao dilema de Ryan ao apoiar um candidato que não representa muitos dos valores tradicionais do partido na eleição presidencial de 8 de novembro.

"Ele é o antídoto para toda a frustração que se vê em Cleveland nesta semana", acrescentou, observando que, apesar do clamor público por união, ainda há pessoas insatisfeitas com a indicação de Trump.

Ryan, de 46 anos, preside a convenção na qual o magnata foi nomeado oficialmente na terça-feira, mas vem se mostrando discreto, tendo evitado o primeiro dia de convenção na segunda-feira para realizar reuniões com delegações estaduais e discursando em encontros particulares com apoiadores republicanos, de acordo com assessores e espectadores.

Nestas reuniões, segundo pessoas presentes, Ryan vem defendendo sua plataforma "um Partido Republicano melhor", uma pauta tem fortes semelhanças com o modelo de conservadorismo que o ex-presidente George W. Bush defende: regulamentações reduzidas, menos impostos e reforma do seguro social.

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Ryan se desentendeu publicamente com Trump em razão da promessa do candidato presidencial de que iria deportar milhões de imigrantes ilegais e acabar com acordos comerciais.

O deputado também criticou o pedido do ex-apresentador de reality show para que muçulmanos sejam impedidos de entrar nos EUA e classificou de racistas os comentários de Trump sobre as origens de um juiz mexicano-norte-americano.

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