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Presidente colombiano é convocado para depor no caso Odebrecht

Juan Manuel Santos irá depor dentro da investigação preliminar contra o senador Bernardo Miguel Elías Náder pelo caso dos subornos da Odebrecht

Juan Manuel Santos: depoimento do chefe de Estado não será presencial, mas através de um questionário que será enviado pela Suprema Corte (Jaime Saldarriaga/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 14h36.

Bogotá - A Suprema Corte de Justiça da Colômbia convocou o presidente do país, Juan Manuel Santos, para depor dentro da investigação preliminar contra o senador governista Bernardo Miguel Elías Náder pelo caso dos subornos da Odebrecht, informou nesta sexta-feira esse alto tribunal.

Uma fonte da entidade disse à Agência Efe que Santos e outros ministros do seu gabinete "serão convocados a depor como testemunhas dentro do processo" contra o político do departamento caribenho de Córdoba, detido ontem em Bogotá por ordem do Supremo.

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O depoimento do chefe de Estado não será presencial, mas através de um questionário que será enviado pela Suprema Corte, explicou a fonte.

O ministro do Interior colombiano, Guillermo Rivera, assegurou hoje que o presidente Santos e os membros do seu gabinete atenderão à citação do Supremo.

"O governo atenderá aos requerimentos da Justiça", disse Rivera a jornalistas, acrescentando que "este foi um governo que se caracterizou por ser respeitoso da administração da justiça e, como em todos os casos, está pronto a dar resposta".

Meios de comunicação locais indicaram que a Corte Suprema de Justiça decidiu coletar o depoimento de Santos e vários ministros e ex-ministros a pedido da defesa de Elías para averiguar como se assinou com a Odebrecht o contrato para a construção da via Ocaña-Gamarra, na Ruta del Sol II.

No processo também prestarão depoimento os ministros de Fazenda, Mauricio Cárdenas; de Agricultura, Aurelio Iragorri, e a chanceler, María Ángela Holguín.

Também falarão à Justiça o ex-vice-presidente Germán Vargas Lleras, os ex-ministros de Interior, Juan Fernando Cristo, de Defesa, Juan Carlos Pinzón, de Minas, Tomás González, e de Educação Ginna Parody, entre outros.

As provas enviadas à Suprema Corte de Justiça indicam que o grupo politico do senador, conhecido como "Bobo" Elías, supostamente recebeu cerca de 17 bilhões de pesos (US$ 5,6 milhões) provenientes das propinas relacionadas com contratos da construtora brasileira.

O Ministério Público colombiano enviou no mês passado um ofício à Sala Plena da Suprema Corte de Justiça para que investigue a conduta de Elías e dos também senadores Musa Besaile, Plinio Olano e Antonio Guerra de la Espriella, "que foram mencionados nas distintas diligências da investigação como supostos beneficiários destes pagamentos".

Na semana passada, as autoridades colombianas detiveram Básima Elías, prima do senador, acusada de ter arrecadado subornos da Odebrecht que aparentemente foram enviados a funcionários públicos, mas dias depois foi libertada com acusações.

Pelo caso da Odebrecht na Colômbia foram detidos o ex-vice-ministro de Transporte, Gabriel García Morales, o ex-senador Otto Bula e o ex-assessor da Agência Nacional de Infraestrutura, Juan Sebastián Correa, além de vários empresários.

A primeira condenação pelo caso Odebrecht na Colômbia foi uma de sete anos contra o empresário Enrique Ghisays Manzur pelos delitos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

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