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Cristina Kirchner critica no G20 o 'anarcocapitalismo' financeiro

Presidente argentina defendeu uma regulação dos mercados para o mundo deixar a crise

Cristina Kirchner: presidente da Argentina: defesa da regulação (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2011 às 15h18.

Cannes - A presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu nessa quinta-feira a seus parceiros do G20 que acabem com o que chamou de "anarcocapitalismo financeiro" e exigiu "mudar de remédio" para regular os mercados e tirar a economia mundial da crise.

"Isso que estamos vivendo, senhores, não é capitalismo. Isso é um anarcocapitalismo financeiro total, onde ninguém controla ninguém", denunciou a presidente em um discurso enérgico em uma mesa redonda com empresários, momentos antes do início formal da cúpula do G20 que ocorre até sexta-feira em Cannes (sudeste da França).

Em seu discurso, Kirchner chamou os "líderes mundiais" a "dar soluções claras e concretas sobre o sistema de regulação financeira", após lamentar que se limitem a "ver em que cada país gasta" seu dinheiro, sem controlar "o que cada banco de investimento ou cada agência de classificação de risco faz", em alusão aos programas de ajuste impostos aos países fortemente endividados como Grécia, Portugal ou Irlanda.

As declarações de Kirchner foram aplaudidas por uma parte da centena de pessoas que presenciavam a mesa redonda sobre "desenvolvimento e segurança alimentar" em uma reunião do chamado B20, que reúne empresários dos países do G20.

Como é habitual em seus discursos, a presidente argentina voltou a atacar o Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual acusou de voltar a ser o "médico" que impõe o tratamento de sempre aos países endividados, como fez com a Argentina antes do calote feito há dez anos.

Após o "default" em 2001, a Argentina empreendeu uma forte disputa com seus credores internacionais, especialmente com o FMI, com o qual acabou por saldar sua dívida sob a presidência de Néstor Kirchner (2003-2007).

"Quando um doente não recebe solução, (sua doença) se agrava", declarou a presidente argentina, que no domingo passado foi reeleita para um segundo mandato.

"Se alguém testou durante três anos determinados remédios com determinados médicos e o doente piora cada vez mais, não será necessário mudar de médico e de remédios e tentar outros tratamentos?", questionou Kirchner.

"Está na hora (...) de estabelecer soluções que tenham a ver com a regulação daqueles que provocaram o problema", afirmou, em alusão à especulação financeira, mas advertiu que a situação econômica mundial "está pior" que três anos atrás.

Em Cannes, Kirchner participará das reuniões do G20 e prevê manter um encontro bilateral na sexta-feira com o presidente americano, Barack Obama.

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Cannes - A presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu nessa quinta-feira a seus parceiros do G20 que acabem com o que chamou de "anarcocapitalismo financeiro" e exigiu "mudar de remédio" para regular os mercados e tirar a economia mundial da crise.

"Isso que estamos vivendo, senhores, não é capitalismo. Isso é um anarcocapitalismo financeiro total, onde ninguém controla ninguém", denunciou a presidente em um discurso enérgico em uma mesa redonda com empresários, momentos antes do início formal da cúpula do G20 que ocorre até sexta-feira em Cannes (sudeste da França).

Em seu discurso, Kirchner chamou os "líderes mundiais" a "dar soluções claras e concretas sobre o sistema de regulação financeira", após lamentar que se limitem a "ver em que cada país gasta" seu dinheiro, sem controlar "o que cada banco de investimento ou cada agência de classificação de risco faz", em alusão aos programas de ajuste impostos aos países fortemente endividados como Grécia, Portugal ou Irlanda.

As declarações de Kirchner foram aplaudidas por uma parte da centena de pessoas que presenciavam a mesa redonda sobre "desenvolvimento e segurança alimentar" em uma reunião do chamado B20, que reúne empresários dos países do G20.

Como é habitual em seus discursos, a presidente argentina voltou a atacar o Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual acusou de voltar a ser o "médico" que impõe o tratamento de sempre aos países endividados, como fez com a Argentina antes do calote feito há dez anos.

Após o "default" em 2001, a Argentina empreendeu uma forte disputa com seus credores internacionais, especialmente com o FMI, com o qual acabou por saldar sua dívida sob a presidência de Néstor Kirchner (2003-2007).

"Quando um doente não recebe solução, (sua doença) se agrava", declarou a presidente argentina, que no domingo passado foi reeleita para um segundo mandato.

"Se alguém testou durante três anos determinados remédios com determinados médicos e o doente piora cada vez mais, não será necessário mudar de médico e de remédios e tentar outros tratamentos?", questionou Kirchner.

"Está na hora (...) de estabelecer soluções que tenham a ver com a regulação daqueles que provocaram o problema", afirmou, em alusão à especulação financeira, mas advertiu que a situação econômica mundial "está pior" que três anos atrás.

Em Cannes, Kirchner participará das reuniões do G20 e prevê manter um encontro bilateral na sexta-feira com o presidente americano, Barack Obama.

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