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Premiê turco crê que nacionalizar sírios beneficiará o país

O primeiro-ministro respondeu às críticas dos três partidos da oposição, que se opõem à ideia de nacionalizar os cerca de 2,7 milhões de refugiados sírios

Refugiados na Turquia: "Dar nacionalidade a estrangeiros significa acrescentar valor à potência humana de um país" (Baraa al-Halabi/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2016 às 11h44.

Ancara - O primeiro-ministro da Turquia , Binali Yildirim, declarou nesta quarta-feira apoio à ideia de conceder a nacionalidade turca aos refugiados sírios, já que essa seria uma medida, na sua avaliação, que beneficiaria o país.

"Dar nacionalidade a estrangeiros significa acrescentar valor à potência humana de um país. Estaremos encantados de dar cidadania a qualquer um se isso reforçar o trabalho da Turquia e suas capacidades intelectuais. Faremos leis para reverter, assim, a fuga de cérebros", disse Yildrim em discurso aos correligionários do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP).

O primeiro-ministro respondeu às críticas dos três partidos da oposição, que se opõem à ideia de nacionalizar os cerca de 2,7 milhões de refugiados sírios na Turquia, desde que o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, ter mencionado a ideia na última semana.

Erdogan sugeriu, além disso, assentar os sírios naturalizados em casas que seriam construídas pelo próprio governo turco.

As propostas provocaram uma resposta irada do Partido Ação Nacionalista (MHP), de orientação ultradireitista, que pediu para entregar tais imóveis, caso existam, aos turcos necessitados.

Outros grupos denunciaram que o plano de nacionalizar os sírios, que vivem em grande parte em províncias do sudeste, tem como intenção mudar a composição étnica de algumas cidades, agora predominantemente curdas e criar um eleitorado de caráter conservador e religioso, que seria fiel ao AKP.

Tanto os sociais-democratas do Partido Republicano do Povo (CHP) como os esquerdistas e pró-curdos do Partido Democrático dos Povos (HDP) desafiaram Erdogan a convocar um referendo para decidir sobre uma possível naturalização dos refugiados sírios.

Por sua vez, o ministro do Interior, Efkran Ala, minimizou os supostos planos de nacionalização em massa dos refugiados sírios, destacando que o governo analisará os pedidos "caso a caso".

"Será examinado o caso de cada cidadão junto a sua família, se não está envolvido em crimes, se não é considerado uma ameaça para a Turquia e se a naturalização seria beneficente tanto para ele, como para nós. Daremos a cidadania aos que não representarem um problema de integração social", disse o ministro no parlamento turco.

De acordo com a lei turca, todo estrangeiro pode solicitar a nacionalidade após residir cinco anos legalmente na Turquia, apesar de o conselho de ministros poder antecipar a naturalização por "méritos" ou de "forma extraordinária".

A grande maioria dos refugiados sírios não tem o status de residente exigido a outros estrangeiros, mas sua estadia no país é regulada legalmente por um cartão de "hóspede", que garante, entre outros direitos, acesso à saúde pública.

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Ancara - O primeiro-ministro da Turquia , Binali Yildirim, declarou nesta quarta-feira apoio à ideia de conceder a nacionalidade turca aos refugiados sírios, já que essa seria uma medida, na sua avaliação, que beneficiaria o país.

"Dar nacionalidade a estrangeiros significa acrescentar valor à potência humana de um país. Estaremos encantados de dar cidadania a qualquer um se isso reforçar o trabalho da Turquia e suas capacidades intelectuais. Faremos leis para reverter, assim, a fuga de cérebros", disse Yildrim em discurso aos correligionários do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP).

O primeiro-ministro respondeu às críticas dos três partidos da oposição, que se opõem à ideia de nacionalizar os cerca de 2,7 milhões de refugiados sírios na Turquia, desde que o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, ter mencionado a ideia na última semana.

Erdogan sugeriu, além disso, assentar os sírios naturalizados em casas que seriam construídas pelo próprio governo turco.

As propostas provocaram uma resposta irada do Partido Ação Nacionalista (MHP), de orientação ultradireitista, que pediu para entregar tais imóveis, caso existam, aos turcos necessitados.

Outros grupos denunciaram que o plano de nacionalizar os sírios, que vivem em grande parte em províncias do sudeste, tem como intenção mudar a composição étnica de algumas cidades, agora predominantemente curdas e criar um eleitorado de caráter conservador e religioso, que seria fiel ao AKP.

Tanto os sociais-democratas do Partido Republicano do Povo (CHP) como os esquerdistas e pró-curdos do Partido Democrático dos Povos (HDP) desafiaram Erdogan a convocar um referendo para decidir sobre uma possível naturalização dos refugiados sírios.

Por sua vez, o ministro do Interior, Efkran Ala, minimizou os supostos planos de nacionalização em massa dos refugiados sírios, destacando que o governo analisará os pedidos "caso a caso".

"Será examinado o caso de cada cidadão junto a sua família, se não está envolvido em crimes, se não é considerado uma ameaça para a Turquia e se a naturalização seria beneficente tanto para ele, como para nós. Daremos a cidadania aos que não representarem um problema de integração social", disse o ministro no parlamento turco.

De acordo com a lei turca, todo estrangeiro pode solicitar a nacionalidade após residir cinco anos legalmente na Turquia, apesar de o conselho de ministros poder antecipar a naturalização por "méritos" ou de "forma extraordinária".

A grande maioria dos refugiados sírios não tem o status de residente exigido a outros estrangeiros, mas sua estadia no país é regulada legalmente por um cartão de "hóspede", que garante, entre outros direitos, acesso à saúde pública.

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