O primeiro-ministro da Romênia, o conservador Emil Boc (Diego Azubel-Pool/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 07h28.
Bucareste - O primeiro-ministro da Romênia, o conservador Emil Boc, anunciou nesta segunda-feira em Bucareste sua renúncia, após os fortes protestos registrados contra sua política de austeridade.
'Tomei a decisão de apresentar minha renúncia para distender a situação política e social do país, mas também para não perder o que os romenos ganharam: a estabilidade econômica', afirmou Boc diante de seus ministros, em discurso transmitido pela TV.
A Romênia, um país atingido pela crise econômica, viveu na segunda quinzena de janeiro violentas manifestações contra os duros cortes do Governo.
Todas as manifestações pediam a renúncia de Boc e do presidente Traian Basescu, a quem acusam de autoritarismo.
A coalizão da oposição entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Nacional Liberal (PNL) exigia a renúncia e eleições antecipadas e a saída de Basescu.
Visto na Romênia como 'marionete' do presidente, Boc defendeu nesta segunda-feira mais uma vez sua política de austeridade que 'salvou o país do colapso econômico'.
'Tomei decisões muito difíceis, pensando no futuro da Romênia, não porque eu quis, mas porque foi necessário', afirmou o político conservador.
Agora o presidente deverá nomear novo primeiro-ministro, que precisa ser referendado pelo Parlamento dominado pela coalizão de centro-direita que governa o país.
A renúncia de Boc ocorre após a mais recente visita de avaliação a Bucareste do Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que a Romênia assinou dois acordos de crédito e aplicou uma das políticas de austeridade mais duras do continente.
No comunicado divulgado no domingo, o FMI aplaudiu novamente o programa de reformas do Governo de Boc que, no entanto, afetou o nível de vida dos romenos e provocou os protestos que custaram agora o cargo.