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Premiê espanhol Rajoy recusa encontro com ex-líder da Catalunha

Ex-presidente catalão, Carles Puigdemont, propôs um encontro fora da Espanha com Mariano Rajoy para iniciar um diálogo sobre a crise da Catalunha

Mariano Rajoy, sobre Carles Puigdemont: "se tem alguém com quem ele deve conversar agora, é com Inés Arrimada" (Reuters TV/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 13h31.

Carles Puigdemont, ex-presidente da Catalunha , sugeriu hoje (22) um encontro com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, após ser conhecido o resultado das eleições regionais, que teve maioria separatista.

Rajoy, em entrevista coletiva, recusou-se a ter um encontro com Puigdemont e afirmou que, se "tem alguém com quem ele deve conversar agora, é com Inés Arrimada", a candidata mais votada e jovem liderança do partido Ciudadanos, que é contra a independência.

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Nas eleições de ontem, os separatistas conseguiram conquistar 70 dos 135 assentos no Parlamento catalão, obtendo assim a maioria absoluta.

O partido de Puigdemont, Juntsxcat (Juntos pela Catalunha), foi o segundo mais votado e obteve 34 assentos.

O Ciudadanos foi o que obteve maior número de assentos (37), mas não conseguiu fazer maioria e não poderá indicar o novo presidente.

O bloco separatista é formado pelo Juntsxcat, somado à ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), que obteve 32 assentos e o partido de extrema-esquerda, CUP (Candidatura de Unidade Popular), com 4 assentos.

Com o resultado das eleições de ontem, a crise na Catalunha está longe do fim. Apesar de ter maioria, o bloco separatista conta com oito políticos eleitos presos.

Entre eles, Puigdemont, que deve ser o indicado para reassumir a presidência da região mas está autoexilado na Bélgica desde o início de novembro, quando o governo central espanhol ativou o Artigo 155 da Constituição e a Justiça pediu a prisão cautelar dos envolvidos no processo de independência. Puigdemont será preso caso volte à Espanha.

"Monarquia do Artigo 155"

Hoje pela manhã, ele afirmou que a "república catalã derrotou a monarquia do artigo 155", fazendo referência à intervenção do governo central espanhol na região.

Ele disse ainda que o governo espanhol deveria renunciar à via unilateral que veio praticando até o momento.

"Com uma participação histórica, ganhamos o direito a sermos escutados. Não peço nada impossível", afirmou.

A votação de ontem teve participação de 82% da população, com mais de 2 milhões de votos a favor do separatismo.

Mariano Rajoy, em entrevista coletiva na tarde de hoje (22), afirmou que confia que a Catalunha iniciará uma nova etapa, baseada no diálogo e não no enfrentamento.

"A fratura que existe na Catalunha levará tempo para se recompor e essa reconciliação deve ser a primeira tarefa de quem governa. Aos cidadãos da Catalunha afirmo que farei um esforço para dialogar com o governo que assuma, mas espero que abandonem as decisões unilaterais e não se coloquem acima da lei".

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