O ex-primeiro-ministro da Romênia, o conservador Emil Boc, renunciou no início desta semana sob pressão da oposição (Diego Azubel-Pool/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 08h32.
Bucareste - O primeiro-ministro designado da Romênia, Mihai Razvan Ungureanu, anunciou nesta quarta-feira em Bucareste a lista do gabinete que apresentará na quinta ao Parlamento, com nomes jovens e novos em relação ao governo que renunciou na segunda-feira.
'É um governo muito jovem, são caras novas, profissionais excepcionais', disse Ungureanu na apresentação de sua equipe, destacando que boa parte de seus ministros estudou no exterior.
A metade dos 16 indicados da lista são novos, e cinco deles têm menos de 40 anos de idade.
Em um momento de crise econômica e em pleno acordo creditício com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a pasta de Finanças será ocupada pelo empresário e ex-secretário de Estado deste ministério Bogdan Dragoi.
As caras novas vêm todas do Partido Liberal Democrata (PDL), majoritário e de centro-direita, que com a Aliança Democrática dos Húngaros na Romênia (UDMR) e a União Nacional para o Progresso da Romênia (UNPR) formam a coalizão próxima ao presidente Basescu que apoiará este governo.
Permanecerão os mesmos o ministro das Relações Exteriores, Cristian Diaconescu, e o de Defesa, Gabriel Oprea, ambos da UNPR, e os quatro cargos da UDMR, além de outros dois independentes.
A lista de Ungureanu, de 43 anos, até agora chefe do serviço secreto e eleito por Basescu para formar governo, deverá passar agora pelo Parlamento, onde a coalizão que o apoia tem maioria.
No entanto, a oposição social-democrata e liberal já anunciou que rejeitará qualquer proposta que venha de Basescu, a quem pede que renuncie para que seje feito um acordo político para convocar eleições legislativas antecipadas.
Milhares de pessoas pediram nas últimas semanas a renúncia do governo e do presidente, que é criticado pela dura política de austeridade imposta, que afetou as condições de vida dos romenos.
Os manifestantes, que já forçaram o ex-primeiro-ministro a renunciar, acusam a classe política de corrupta e o presidente Basescu de autoritário.
As eleições legislativas estão previstas na Romênia para novembro, enquanto o segundo mandato de Basescu expira em 2014 e é o último por lei.
Tanto Basescu como Ungureanu anunciaram que continuarão com os pactos com o FMI e as reformas econômicas que, segundo as instituições econômicas internacionais e a classe dirigente de Bucareste, trouxeram estabilidade econômica.
O desafio de Ungureanu e seus ministros será recuperar a confiança dos romenos em seu governo, afetada não tanto pelos cortes como por uma forma de fazer política percebida por muitos como arbitrária, interessada e submetida às ordens do presidente Basescu.