Policiais de Hong Kong são condenados por agredirem manifestante
Em seu pronunciamento, o juiz afirmou que a decisão que condena policiais que violaram a lei deve ser "tomada como um exemplo"
AFP
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 11h58.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2017 às 11h59.
Sete policiais de Hong Kong foram condenados nesta sexta-feira a dois anos de prisão por agressão a um manifestante pró-democracia durante os protestos de 2014, um ataque que foi registrado em vídeo e que provocou revolta em todo o mundo.
Os sete acusados foram declarados culpados no início da semana por ferir Ken Tsang, um militante do Partido Cívico. O tribunal, no entanto, absolveu os policiais da acusação mais grave, de agressões e ferimentos voluntários.
As imagens da agressão, que aconteceu perto da sede do governo da ex-colônia britânica, foram registradas pela televisão local e mostram os policiais à paisana arrastando um manifestante algemado para uma área remota de um parque, onde a vítima foi agredida.
O vídeo provocou uma forte comoção e abalou a confiança dos moradores de Hong Kong na força policial, que até então gozava de uma reputação extremamente positiva.
Foi um "ataque brutal", declarou o juiz David Dufton ao ler a sentença. Ele completou a decisão que condena policiais que violaram a lei deve ser "tomada como um exemplo".
Os agentes poderiam ser condenados a penas de no máximo três anos de prisão.
"Os múltiplos ferimentos e os danos infligidos à reputação de Hong Kong (...) fazem deste caso muito grave", disse o magistrado.
Dezenas de milhares de manifestantes participaram na grande mobilização de 2014 para exigir um verdadeiro sufrágio universal para designar o chefe do Executivo em março de 2017.
A polícia foi criticada por ter atuado com violência durante os 79 dias de mobilização, que paralisaram bairros inteiros de Hong Kong.
Ken Tsang sofreu ferimentos no rosto, pescoço e outras partes do corpo. Ativista social, ele mesmo foi condenado a cinco semanas de prisão por agredir policiais - ele jogou água nos oficiais na mesma noite.