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Polícia prende 100 opositores que tentavam denunciar fraude

Entre os detidos se encontra um dos dirigentes opositores mais radicais, o escritor e historiador Eduard Limónov, fundador do antigo partido bolchevique

Os soldados antidistúrbios começaram as detenções quando os ativistas opositores tentaram romper o cordão policial em torno da CEC (Kirill Kudryavtsev/AFP)

Os soldados antidistúrbios começaram as detenções quando os ativistas opositores tentaram romper o cordão policial em torno da CEC (Kirill Kudryavtsev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2012 às 21h57.

Moscou - Mais de 100 opositores russos foram presos nesta segunda-feira quando se aproximavam da Comissão Eleitoral Central (CEC) para denunciar a fraude nas eleições presidenciais de domingo vencidas pelo primeiro-ministro, Vladimir Putin.

'Foram presos mais de 100. O ato e as manifestações continuam', disse Aleksandr Averin, porta-voz da organização opositora 'A Outra Rússia', à agência 'Interfax'.

Entre os detidos se encontra um dos dirigentes opositores mais radicais, o escritor e historiador Eduard Limónov, fundador do antigo partido bolchevique.

'A Polícia moscovita preveniu uma tentativa de provocação na Praça de Lubianka', informou um porta-voz policial, que falou sobre cerca de 50 detenções.

Os soldados antidistúrbios começaram as detenções quando os ativistas opositores tentaram romper o cordão policial em torno da CEC.

Outros opositores da organização 'A Outra Rússia', alguns deles com máscaras, foram detidos após apresentar cartazes com palavras de ordem antigovernamentais sem autorização oficial.

Na segunda maior cidade russa, São Petersburgo, cerca de 70 opositores foram detidos quando tentavam chegar ao Parlamento regional para denunciar a fraude eleitoral.


Entre os detidos se encontram dois deputados do partido liberal Yabloko na Assembleia local, Maxim Reznik e Boris Vishnevsky.

Enquanto isso, os líderes da oposição extraparlamentar russa pediram nesta segunda-feira a repetição das eleições presidenciais em um grande ato na Praça Pushkin, que conta com permissão da Prefeitura.

'Exigimos eleições parlamentares antecipadas e agora também presidenciais. Consideramos as eleições do dia 4 de março fraudulentas e ilegítimas. Suas eleições são uma farsa', afirmou o liberal Vladimir Richkov, citado pelas agências russas.

Milhares de opositores se congregaram nesta segunda-feira na histórica Praça Pushkin da capital russa para denunciar 'as numerosas falsificações' detectadas durante a votação.

'Não reconhecemos como legítimas as eleições presidenciais. Foram utilizadas tecnologias sujas de manipulação eleitoral', disse à Agência Efe Sergei Udaltsov, um dos dirigentes opositores mais radicais.

Os opositores tinham advertido que se nas eleições presidenciais fosse repetida a fraude das parlamentares de dezembro, seria lançada uma campanha de desobediência civil com protestos indefinidos em escala nacional. 

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