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Polícia deixa praça ocupada por manifestantes em Istambul

Os protestos começaram devido a um projeto de renovação da praça Taksim

Polícia turca usa água para dispersar os manifestantes (REUTERS/Murad Sezer)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2013 às 15h31.

O governo turco finalmente fez concessões neste sábado, no segundo dia dos violentos protestos em Istambul, onde a polícia se retirou da praça Taksim, núcleo da revolta, depois de ter agido com extrema violência contra os manifestantes.

Enfrentando uma das mais importantes ondas de protesto desde sua chegada ao poder, em 2002, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ordenou que as forças policiais se retirassem da praça Taksim e do parque Gazi, onde estava previsto um projeto urbanístico que provocou a ira da população.

Os protestos começaram devido a um projeto de renovação da praça Taksim, que prevê a supressão do parque Gazi para a construção de um centro cultural e a reforma de um quartel da época otomana.

Imediatamente após a saída da polícia, milhares de pessoas com bandeiras turcas invadiram a praça e o parque ao lado cantando slogans de vitória, com o apoio de fogos de artifício.

Poucas horas antes do recuo das forças de ordem, Erdogan havia afirmado energicamente que a polícia permaneceria na praça Taksim "hoje" (sábado) e "amanhã também", porque este lugar "não pode ser uma área onde os extremistas fazem o que querem".

E no meio da tarde Erdogan pediu para que os manifestantes parassem imediatamente com os protestos.

"Convoco os que protestam a interromperem as manifestações imediatamente", expressou o primeiro-ministro durante um discurso.


Já o presidente da Turquia, Abdullah Gul, fez um chamado ao "sentido comum" e à "calma" e considerou que os protestos alcançaram um nível inquietante.

"Em uma democracia, as reações devem ser expressadas (...) com sentido comum, com calma, e os líderes devem mobilizar seus esforços para ouvir as diferentes opiniões e inquietações", disse o presidente.

Na praça, Ataman Bet, de 33 anos, limpava os cacos de vidro da vitrine de seu café, quebrada durante os confrontos, mas disse se sentir orgulhoso da manifestação.

"Nós nos tornamos um só (no protesto). Estão todos juntos: esquerdistas, direitistas, inclusive partidários de Erdogan. As pessoas estão furiosas e estou orgulhosos delas", disse Bet, para quem os vidros quebrados de seu café eram apenas um "sacrifício necessário".

Os incidentes começaram na manhã de sexta-feira, quando a polícia desalojou com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo uma centena de pessoas que acampavam em um parque da praça Taksim, no centro da cidade, para impedir que os serviços municipais arrancassem 600 árvores no âmbito do projeto imobiliário.

A oposição ao projeto da prefeitura, controlada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, chegou ao plano político e agora são feitas críticas a outros projetos de construção em Istambul, em particular a uma terceira ponte no estreito do Bósforo, cuja primeira pesar foi colocada na última quarta-feira, e a um aeroporto gigante.

A violenta intervenção policial de sexta-feira deixou muitos feridos e provocou uma forte mobilização de grande parte da população, que foi se unindo aos protestos ao longo do dia.

A Anistia Internacional criticou o "uso excessivo da força diante de manifestantes pacíficos" e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou os ataques deliberados contra jornalistas, um dos quais foi ferido na cabeça. Até o momento, não se sabe o número oficial de feridos devido à ação policial.

Erdogan também se tornou alvo nas redes sociais, onde na sexta-feira era chamado de "Tayyip, o químico" ou "o homem que gasifica", em alusão à grande utilização de bombas de gás lacrimogêneo.

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O governo turco finalmente fez concessões neste sábado, no segundo dia dos violentos protestos em Istambul, onde a polícia se retirou da praça Taksim, núcleo da revolta, depois de ter agido com extrema violência contra os manifestantes.

Enfrentando uma das mais importantes ondas de protesto desde sua chegada ao poder, em 2002, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ordenou que as forças policiais se retirassem da praça Taksim e do parque Gazi, onde estava previsto um projeto urbanístico que provocou a ira da população.

Os protestos começaram devido a um projeto de renovação da praça Taksim, que prevê a supressão do parque Gazi para a construção de um centro cultural e a reforma de um quartel da época otomana.

Imediatamente após a saída da polícia, milhares de pessoas com bandeiras turcas invadiram a praça e o parque ao lado cantando slogans de vitória, com o apoio de fogos de artifício.

Poucas horas antes do recuo das forças de ordem, Erdogan havia afirmado energicamente que a polícia permaneceria na praça Taksim "hoje" (sábado) e "amanhã também", porque este lugar "não pode ser uma área onde os extremistas fazem o que querem".

E no meio da tarde Erdogan pediu para que os manifestantes parassem imediatamente com os protestos.

"Convoco os que protestam a interromperem as manifestações imediatamente", expressou o primeiro-ministro durante um discurso.


Já o presidente da Turquia, Abdullah Gul, fez um chamado ao "sentido comum" e à "calma" e considerou que os protestos alcançaram um nível inquietante.

"Em uma democracia, as reações devem ser expressadas (...) com sentido comum, com calma, e os líderes devem mobilizar seus esforços para ouvir as diferentes opiniões e inquietações", disse o presidente.

Na praça, Ataman Bet, de 33 anos, limpava os cacos de vidro da vitrine de seu café, quebrada durante os confrontos, mas disse se sentir orgulhoso da manifestação.

"Nós nos tornamos um só (no protesto). Estão todos juntos: esquerdistas, direitistas, inclusive partidários de Erdogan. As pessoas estão furiosas e estou orgulhosos delas", disse Bet, para quem os vidros quebrados de seu café eram apenas um "sacrifício necessário".

Os incidentes começaram na manhã de sexta-feira, quando a polícia desalojou com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo uma centena de pessoas que acampavam em um parque da praça Taksim, no centro da cidade, para impedir que os serviços municipais arrancassem 600 árvores no âmbito do projeto imobiliário.

A oposição ao projeto da prefeitura, controlada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, chegou ao plano político e agora são feitas críticas a outros projetos de construção em Istambul, em particular a uma terceira ponte no estreito do Bósforo, cuja primeira pesar foi colocada na última quarta-feira, e a um aeroporto gigante.

A violenta intervenção policial de sexta-feira deixou muitos feridos e provocou uma forte mobilização de grande parte da população, que foi se unindo aos protestos ao longo do dia.

A Anistia Internacional criticou o "uso excessivo da força diante de manifestantes pacíficos" e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou os ataques deliberados contra jornalistas, um dos quais foi ferido na cabeça. Até o momento, não se sabe o número oficial de feridos devido à ação policial.

Erdogan também se tornou alvo nas redes sociais, onde na sexta-feira era chamado de "Tayyip, o químico" ou "o homem que gasifica", em alusão à grande utilização de bombas de gás lacrimogêneo.

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