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Polícia analisa "mensagem enigmática" de suspeito de ataque com van

Facebook confirmou que suspeito escreveu publicação em que citava uma "rebelião incel", se referindo a uma abreviação para "celibato involuntário"

Atropelamento no Canadá: Alek Minassian foi acusado de 10 assassinatos e 13 tentativas de homicídio pelo incidente, que possuía marcas de ataques com veículos feitos por apoiadores do Estado Islâmico (Carlo Allegri/Reuters)
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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2018 às 19h56.

Toronto - O homem acusado de usar uma van alugada para atropelar pedestres em uma movimentada calçada de Toronto , matando 10 pessoas no ataque em massa mais mortal no Canadá em décadas, deixou uma "mensagem enigmática" nas redes sociais antes do ataque, informou a polícia nesta terça-feira.

O suspeito Alek Minassian, de 25 anos, foi acusado de 10 assassinatos e 13 tentativas de homicídio pelo incidente, que possuía as marcas de ataques com veículos feitos por apoiadores do Estado Islâmico . Mas o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau , disse não haver razão para suspeitar de qualquer conexão com segurança nacional.

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Uma possível pista para seu motivo surgiu nesta terça-feira, quando o Facebook confirmou que Minassian escreveu publicação antes do incidente em que citava uma "rebelião incel", se referindo a uma abreviação usada em alguns fóruns online para "celibato involuntário".

A publicação também expressava admiração por um homem que matou seis universitários antes de se suicidar na Califórnia em 2014.

"O acusado supostamente publicou uma mensagem enigmática no Facebook minutos antes" do ataque, disse Graham Gibson, sargento-detetive da polícia de Toronto, em entrevista coletiva. A maior parte das vítimas era de mulheres, variando da casa dos 20 à casa dos 80 anos, disse Gibson.

Ele se negou a responder uma pergunta sobre se raiva contra mulheres motivou o ataque, dizendo que "isto será parte da nossa investigação".

O Facebook desde então deletou a conta de Minassian, disse uma representante. "Absolutamente não há espaço em nossa plataforma para pessoas que cometem atos tão horríveis", disse em e-mail.

Minassian manteve sua cabeça raspada abaixada durante uma breve aparição em tribunal na maior cidade do Canadá, conversando discretamente com um advogado de defesa e afirmando seu nome em tom uniforme quando solicitado.

Trudeau convocou todos os canadenses para permanecerem unidos com Toronto conforme flores e mensagens em diversas línguas eram deixadas em um memorial improvisado no norte da cidade, uma região etnicamente diversa e repleta de escritórios, lojas, restaurantes e lares.

"Nós não podemos como canadenses escolher viver no medo todos os dias ao seguirmos com nossas vidas", disse Trudeau a repórteres do lado de fora do Parlamento, em Ottawa.

O premiê disse que o incidente não havia alterado o nível de ameaça ou preparações de segurança do país para uma cúpula do G7 em Quebec em junho.

Minassian serviu brevemente às Forças Armadas do Canadá no final de 2017, mas pediu para ser voluntariamente dispensado após 16 dias de treinamentos, disse a porta-voz do Ministério da Defesa, Jessica Lamirande.

A casa de tijolos de dois andares do suspeito, em um subúrbio ao norte de Toronto, era uma cena do crime nesta terça-feira, isolada e cercada por veículos policiais. Oficiais entravam e saíam da casa.

Detalhes sobre os mortos começaram a surgir nesta terça-feira, com um representante do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul dizendo que dois cidadãos do país foram mortos e um ficou ferido no ataque. O representante falou em condição de anonimato porque não estava autorizado a conversar com a mídia.

Um cidadão jordaniano também foi morto, disse uma autoridade na embaixada do país em Ottawa.

(Reportagem de Anna Mehler Paperny e Allision Martell; Reportagem adicional de Andrea Hopkins, em Ottawa)

 

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