Pinheiro Guimarães destaca potencial energético do País
Para ministro dos Assuntos Estratégicos, reserva de urânio brasileira pode ser primeira ou segunda maior do mundo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
O desenvolvimento de uma nova fronteira com a utilização de recursos naturais ainda inexplorados representa uma grande oportunidade para o Brasil, inclusive em energia hidrelétrica e nuclear, disse o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães. Em entrevista concedida ontem à noite à agência Dow Jones, nos intervalos de uma conferência sobre economia na França, Guimarães disse que o desenvolvimento de "riquezas naturais ainda desconhecidas significa um dos desafios estratégicos mais importantes que o Brasil enfrenta.
Segundo ele, em 70% do território nacional os recursos do subsolo são ainda desconhecidos. Guimarães afirmou que o Brasil já possui "as sextas maiores reservas de urânio", mas uma pesquisa completa de partes do território pode fazer com que o País passe ao primeiro ou segundo lugar. O Brasil também detém capacidade técnica e industrial de enriquecer urânio sozinho, acrescentou.
De modo semelhante, a maior parte dos 260 mil megawatts de potencial hidroenergético continua intocada, afirmou. Guimarães disse também que o Brasil já construiu de 80 mil a 90 mil megawatts de capacidade de energia hidrelétrica, acrescentando que o restante "continua por ser construído". Esse tipo de energia, afirmou, é "muito importante" para o desenvolvimento futuro do País. Segundo ele, o Brasil planeja construir pelo menos quatro novas usinas até 2022.
Na entrevista, Guimarães também falou de política econômica. Ele afirmou que o Brasil deveria ampliar a oferta de bens e serviços na economia para ajudar a limitar a tensão inflacionária entre oferta e demanda e que "neste momento" ele "não acredita" que o Brasil precise elevar as taxas de juros para combater a inflação. "Temos de fazer um esforço maior para aumentar a oferta", disse. "Essa é uma questão para a iniciativa privada".
Em sua última reunião, no início de junho, o BC elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 10,25%; a maior parte dos analistas acredita que haverá um novo aumento da taxa básica de juros neste mês. As informações são da Dow Jones.