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Petroleiras dizem fazer mais do que de fato fazem pelo meio ambiente, diz Congresso dos EUA

"Os documentos publicados hoje revelam que a indústria não tem um plano concreto para resolver a situação, disse Carolyn Maloney, presidente do Comitê de Supervisão

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AFP

Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 21h02.

Última atualização em 9 de dezembro de 2022 às 21h06.

As gigantes do setor petroleiro se comprometem em público a tornar suas atividades menos prejudiciais ao meio ambiente, mas reconhecem internamente que suas ações não reduzirão significativamente suas emissões, enquanto seguem investindo alto em hidrocarbonetos. É o que aponta um memorando do Congresso dos Estados Unidos divulgado nesta sexta-feira (9).

"Os documentos publicados hoje revelam que a indústria não tem um plano concreto para resolver a situação e que planeja bombear mais combustíveis sujos nas próximas décadas", disse Carolyn Maloney, presidente do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes, que investiga o tema.

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"Essas empresas sabem que seus compromissos climáticos são inadequados, mas priorizam os lucros recordes sobre as consequências das mudanças climáticas para os humanos", acrescentou a parlamentar.

Entre os documentos, está um trecho de uma apresentação ao conselho diretor da Chevron segundo o qual a retirada do mercado de certos competidores do setor de gás e petróleo cria oportunidades que o grupo pode aproveitar para "seguir investindo" em energias tradicionais.

Um e-mail interno do poderoso lobby petrolífero americano API mostra, por sua vez, que sua estratégia climática de 2021 está voltada sobretudo à "promoção contínua do gás natural".

De acordo com os legisladores do comitê, os documentos também deixam claro que as empresas do setor "admitem no privado que sua estratégia é 'resistir e bloquear'" as regulamentações climáticas.

E quando algumas delas se desprendem de suas atividades mais poluentes, como a extração de areias betuminosas, sabem que isso não eliminará as emissões desses projetos.

O comitê da Câmara começou sua investigação em setembro de 2021, acusando as companhias petrolíferas de tentarem esconder os efeitos de suas atividades no clima e de continuarem se opondo às novas regulamentações climáticas.

As críticas se intensificaram nos últimos meses, quando funcionários do governo acusaram as petroleiras de aproveitar o recente aumento dos preços da energia causado pela guerra na Ucrânia para obter enormes lucros e distribuí-los entre seus acionistas, em vez de aumentar os investimentos em energias renováveis.

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