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Igreja quer 'procedimentos eficazes' contra culpados

Para a Igreja, não deve haver tolerância "com aqueles que cometem os crimes" e com os "que se mostram negligentes" diante deles

A Comissão de especialistas foi criada pelo Papa Francisco (Max Rossi/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2014 às 15h47.

A comissão de especialistas criada pelo Papa Francisco anunciou neste sábado que quer ajudar a estabelecer "procedimentos eficazes" na Igreja Católica para que os padres pedófilos sejam punidos, mas sem propor meios jurídicos.

"Nós adotamos o princípio de que o bem de uma criança ou de um adulto vulnerável deve ser prioritário quando uma decisão tiver que ser tomada", indicaram em um comunicado os oito especialistas da comissão, entre eles o cardeal de Boston, Sean O'Malley, e a vítima irlandesa de abusos sexuais Marie Collins.

"Garantir que os culpados respondam por seus crimes é especialmente importante, incluindo no desenvolvimento de meios que permitam criar protocolos e procedimentos transparentes e eficazes", indica a comissão.

Não deve haver tolerância "com aqueles que cometem os crimes" e com os "que se mostram negligentes" diante deles, afirmou O'Malley, presidente da comissão, em uma entrevista coletiva à imprensa.

São necessários "procedimentos claros" para que os culpados, em todos os níveis, "respondam por seus atos", reafirmou.

Ele não deu maiores detalhes sobre como os padres culpados e aqueles que os protegem podem ser diferenciados de forma mais eficaz na justiça. Essa foi a maior crítica feita pelo Comitê de Direitos da Criança da ONU ao Vaticano, durante uma audiência em janeiro.

"Queremos expressar nossa profunda solidariedade a todos aqueles que foram vítimas de abusos sexuais quando eram crianças ou adultos vulneráveis", indica o documento.

O cardeal americano foi perguntado sobre a possível existência de "resistências" à comissão na Cúria ou na hierarquia da Igreja. "Pessoalmente, não senti isso", respondeu O'Malley.

"Mas alguns dizem: 'é um problema irlandês ou americano', quando, na verdade, enfrentamos um problema mundial. Daí, a importância da educação. Ainda existe ignorância em relação a este tema, um sentimento de negação" do problema, acrescentou o cardeal.

Marie Collins, que sofreu abusos em sua juventude cometidos por um padre, destacou, após essa reunião de três dias, que saía com uma "percepção muito positiva" no que se refere à questão da "responsabilidade" dos autores desses crimes.

Dada a variedade de situações, a comissão vai ser ampliada para incluir pessoas de outras zonas geográficas e de outros setores. Estatutos também serão propostos ao Papa. Uma colaboração regular será instaurada com vários organismos do Vaticano, incluindo a Polícia.

O Monsenhor O'Malley ainda deixou claro aos jornalistas que os especialistas são encarregados de elaborar instrumentos e de dar conselhos ao Papa, mas que não vão "seguir casos individuais".

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A comissão de especialistas criada pelo Papa Francisco anunciou neste sábado que quer ajudar a estabelecer "procedimentos eficazes" na Igreja Católica para que os padres pedófilos sejam punidos, mas sem propor meios jurídicos.

"Nós adotamos o princípio de que o bem de uma criança ou de um adulto vulnerável deve ser prioritário quando uma decisão tiver que ser tomada", indicaram em um comunicado os oito especialistas da comissão, entre eles o cardeal de Boston, Sean O'Malley, e a vítima irlandesa de abusos sexuais Marie Collins.

"Garantir que os culpados respondam por seus crimes é especialmente importante, incluindo no desenvolvimento de meios que permitam criar protocolos e procedimentos transparentes e eficazes", indica a comissão.

Não deve haver tolerância "com aqueles que cometem os crimes" e com os "que se mostram negligentes" diante deles, afirmou O'Malley, presidente da comissão, em uma entrevista coletiva à imprensa.

São necessários "procedimentos claros" para que os culpados, em todos os níveis, "respondam por seus atos", reafirmou.

Ele não deu maiores detalhes sobre como os padres culpados e aqueles que os protegem podem ser diferenciados de forma mais eficaz na justiça. Essa foi a maior crítica feita pelo Comitê de Direitos da Criança da ONU ao Vaticano, durante uma audiência em janeiro.

"Queremos expressar nossa profunda solidariedade a todos aqueles que foram vítimas de abusos sexuais quando eram crianças ou adultos vulneráveis", indica o documento.

O cardeal americano foi perguntado sobre a possível existência de "resistências" à comissão na Cúria ou na hierarquia da Igreja. "Pessoalmente, não senti isso", respondeu O'Malley.

"Mas alguns dizem: 'é um problema irlandês ou americano', quando, na verdade, enfrentamos um problema mundial. Daí, a importância da educação. Ainda existe ignorância em relação a este tema, um sentimento de negação" do problema, acrescentou o cardeal.

Marie Collins, que sofreu abusos em sua juventude cometidos por um padre, destacou, após essa reunião de três dias, que saía com uma "percepção muito positiva" no que se refere à questão da "responsabilidade" dos autores desses crimes.

Dada a variedade de situações, a comissão vai ser ampliada para incluir pessoas de outras zonas geográficas e de outros setores. Estatutos também serão propostos ao Papa. Uma colaboração regular será instaurada com vários organismos do Vaticano, incluindo a Polícia.

O Monsenhor O'Malley ainda deixou claro aos jornalistas que os especialistas são encarregados de elaborar instrumentos e de dar conselhos ao Papa, mas que não vão "seguir casos individuais".

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