Partidos verdes se opõem à Von der Leyen para chefiar Comissão Europeia
Deputados europeus de partidos ambientalistas alegam que ela não parece ter pautas concretas em relação às mudanças climáticas
Reuters
Publicado em 10 de julho de 2019 às 19h28.
Última atualização em 10 de julho de 2019 às 19h29.
Bruxelas — A alemã Ursula von der Leyen se apresentou nesta quarta-feira aos parlamentares da União Europeia para se tornar a próxima chefe do Executivo do bloco, mas suas promessas de lutar pelas mudanças climáticas não foram suficientes para agradar os deputados verdes, que prometeram votar contra a candidata.
A conservadora ministra da Defesa da Alemanha ainda pode conquistar o apoio do Parlamento na semana que vem, mas a rejeição dos verdes a deixa mais dependente de nacionalistas da Europa Oriental que admiram sua postura firme em relação à Rússia.
Von der Leyen foi "evasiva em todas as respostas... nós não a conhecemos", disse Bas Eickhout, um parlamentar do Partido Verde da Holanda, à Reuters. "O que ela fará de maneira concreta não está claro."
A poderosa presidência da Comissão Europeia, que supervisiona negociações comerciais, e formula decisões antitruste e de políticas amplas para mais de 500 milhões de europeus, foi oferecida a Von der Leyen no dia 2 de julho pelos líderes do bloco. Ela seria a primeira mulher a ocupar o cargo.
Entretanto, o fragmentado Parlamento que resultou das eleições de maio representa um desafio difícil para a indicação. A perda do apoio dos verdes, que possuem 74 das 751 cadeiras da casa, torna o apoio da centro-esquerda crucial.
Eles ainda tem de decidir se irão votar em Von der Leyen, que é oriunda da coalizão de centro-direita da política alemã, liderada pela chanceler Angela Merkel, e que substituiria o luxemburguês Jean-Claude Juncker.
Von der Leyen precisa do apoio de uma maioria absoluta de 376 votos no Parlamento, composto por 751 membros, para que seja confirmada como a próxima presidente da Comissão Europeia.