Mundo

Parlamento tenta levar adiante julgamento político de Maduro

A oposição vem intensificando os protestos desde que as autoridades, na prática, encerraram a iniciativa do plebiscito na semana passada

Venezuela: na terça-feira, a Assembleia Nacional aprovou a abertura de um julgamento em larga medida simbólico contra Maduro (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: na terça-feira, a Assembleia Nacional aprovou a abertura de um julgamento em larga medida simbólico contra Maduro (Marco Bello/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 16h37.

Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 16h38.

Caracas - O Congresso da Venezuela, dominado pela oposição, se reuniu nesta quinta-feira para levar adiante um julgamento político do presidente socialista, Nicolás Maduro, um dia depois de dezenas de pessoas ficarem feridas em manifestações para exigir um referendo revogatório do líder impopular.

A oposição vem intensificando os protestos desde que as autoridades, na prática, encerraram a iniciativa do plebiscito na semana passada, e planejaram uma greve nacional e uma marcha ao palácio presidencial nos próximos dias.

Na terça-feira, a Assembleia Nacional aprovou a abertura de um julgamento em larga medida simbólico contra Maduro por violar a democracia, mas o governo minimizou o gesto, que disse ser inócuo.

Os opositores haviam exortado seus seguidores a se reunirem do lado de fora da sessão parlamentar para demonstrar apoio, mas simpatizantes do governo e forças de segurança surgiram no local e impediram o acesso de algumas pessoas, segundo testemunhas.

No início da manhã, líderes do Congresso também denunciaram que a energia do palácio legislativo foi cortada, o que os obrigou a recorrer a um gerador de emergência.

"O palácio legislativo federal foi construído (no século 19)", escreveu o administrador do Parlamento, Roberto Marrero, em um tuíte dirigido à estatal elétrica Corpoelec.

"Naquela época NÃO existia eletricidade. E eles realizavam sessões mesmo assim!".

A oposição diz que o governo Maduro deu um golpe de Estado de fato impedindo o referendo revogatório, que pesquisas indicam que o mandatário perderia.

Ele diz que são seus oposicionistas que estão tentando derrubar o governo ilegalmente.

Ele observa que a combinação de uma greve nacional, agendada para sexta-feira, e uma passeata rumo ao palácio presidencial Miraflores, marcada para a semana que vem, espelham a situação da véspera do golpe de 2002, que afastou brevemente o falecido líder socialista Hugo Chávez.

"Exortamos os parlamentares da Mesa da Unidade Democrática (MUD) a refletirem. Não tomem o rumo de um golpe", disse Hector Rodriguez, que lidera a facção governamental minoritária na Assembleia Nacional.

Os preços globais do petróleo subiram nesta quinta-feira, em parte em reação aos tumultos renovados no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que possui as maiores reservas mundiais de petróleo.

Mas não surgiram sinais de que os protestos podem afetar as operações da estatal petroleira PDVSA, controlada com punho firme pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai