Parlamento pede auditoria sobre fraude eleitoral na Venezuela
Diretor-executivo da Smartmatic denunciou que houve "manipulação" dos dados de participação nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte
EFE
Publicado em 2 de agosto de 2017 às 14h54.
Caracas - O Parlamento da Venezuela , controlado pela oposição, aprovou nesta quarta-feira o pedido de uma auditoria à Smartmatic sobre os resultados das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte após uma suspeita de fraude denunciada hoje pela própria empresa, responsável pela recontagem dos votos no pleito realizado no último domingo.
"Aprovada por unanimidade a solicitação de uma investigação penal do Ministério Público e à Smartmatic de uma auditoria da fraude na última eleição da Assembleia Nacional Constituinte", anunciou no Twitter o Parlamento, que criou uma comissão para analisar o caso.
Os deputados querem que o Ministério Público estabeleça a responsabilidade da presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, e de outras autoridades na suposta fraude.
O diretor-executivo da Smartmatic, Antonio Mugica, denunciou que houve "manipulação" dos dados de participação nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
As denúncias foram feitas em uma entrevista coletiva realizada em Londres depois de o governo da Venezuela ter anunciado que 8,1 milhões de pessoas votaram no pleito, o equivalente a 41,43% do eleitorado total.
A Smartmatic explicou hoje que, graças à existência de um "robusto sistema automatizado de votação", é possível saber, sem nenhuma dúvida, que houve manipulação dos números da participação.
A oposição venezuelana boicotou a Assembleia Nacional Constituinte por considerá-la como uma tentativa do presidente do país, Nicolás Maduro, de consolidar uma ditadura.
Segundo a imprensa estatal, 545 representantes eleitos para a Assembleia Nacional Constituinte começarão amanhã os trabalhos no edifício ocupado atualmente pelo Parlamento, que pode ser dissolvido e substituído pelo órgão recém-eleito.
Também para amanhã, a oposição convocou um protesto contra a Constituinte, que não é reconhecida pelo Parlamento nem por países como EUA, Espanha, Colômbia, México e pela União Europeia.
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