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Parlamento do Reino Unido antecipa eleições gerais para 12 de dezembro

A moção foi aprovada quase por unanimidade, por 438 votos a 20; expectativa é de que o pleito ajude a pôr um fim ao impasse do Brexit

Boris Johnson: primeiro-ministro britânico conseguiu a aprovação do parlamento para antecipar as eleições gerais, que devem ocorrer em 12 de dezembro (Jean Catuffe/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 17h55.

Última atualização em 29 de outubro de 2019 às 19h22.

O Parlamento do Reino Unido aprovou na tarde desta terça-feira, 29, a antecipação de eleições gerais no país. A moção foi aprovada quase por unanimidade, por 438 votos a 20. A eleição foi marcada para 12 de dezembro e a medida irá agora à câmara alta do Parlamento para consideração.

A expectativa é a de que a eleição ajude a pôr um fim ao impasse envolvendo o Brexit , depois de o acordo negociado entre o Reino Unido e a União Europeia ter sido rejeitado diversas vezes neste ano e o prazo para a saída do país do bloco ter sido ampliado duas vezes.

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A aprovação ocorreu graças à mudança de posição do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, que era contrário à proposta. Segundo ele, o novo adiamento do Brexit possibilitou o apoio da oposição às novas eleições.

A Câmara dos Lordes (câmara alta) deve ratificar o texto nesta quarta.

Apesar dos debates intensos, o texto tinha boas perspectivas de ser aprovado após o Partido Trabalhista anunciar seu acordo às eleições antecipadas em dezembro.

Negociação com a oposição

Depois que a União Europeia (UE) aprovou o terceiro adiamento da saída do Reino Unido do bloco, o primeiro-ministro conservador iniciou uma nova tentativa de levar os britânicos às urnas.

Com as eleições, Johnson espera obter uma maioria absoluta que permita cumprir sua promessa de concretizar o Brexit, apoiado por 52% dos britânicos no referendo de 2016.

Johnson começa com dez pontos de vantagem, segundo as pesquisas. As eleições "agora são a única forma de fazer o país avançar", disse o primeiro-ministro diante dos deputados.

Ele sofreu um duro golpe na segunda, quando a Câmara rejeitou sua primeira versão de convocação para as eleições em 12 de dezembro.

Tirando proveito das sutilezas do sistema eleitoral britânico, Johnson voltou ao ataque por meio de um procedimento que requeria apenas uma maioria simples, apesar do risco de uma batalha de emendas sobre as modalidades das eleições.

Em troca disso, a oposição obteve garantias de que o Brexit não aconteceria antes das eleições.

"Nossa condição de descartar uma saída sem acordo está contemplada agora com o adiamento da data do Brexit aprovada pela União Europeia", declarou o líder trabalhista, Jeremy Corbyn.

Ele prometeu organizar "a campanha eleitoral mais ambiciosa e radical para uma mudança verdadeira no país".

Pelas características do adiamento concedido por Bruxelas, o Reino Unido teria abandonado a UE de forma automática em 1º de dezembro, antes das legislativas, se os deputados ratificassem o pacto em novembro.

Algo impensável para os opositores do acordo. Depois que os conservadores garantiram que o texto do divórcio não seria submetido a debate, vários partidos da oposição se declararam dispostos a apoiar a convocação de eleições antecipadas.

A data do Brexit, inicialmente prevista para 29 de março de 2019, foi adiada para 12 de abril e depois para 31 de outubro.

O adiamento anunciado na segunda-feira prevê como data limite 31 de janeiro, mas abre a possibilidade para que o Reino Unido abandone o bloco em 30 de novembro ou 31 de dezembro, se um acordo de saída for ratificado, de acordo com um documento ao qual a AFP teve acesso.

(Com Estadão Conteúdo e AFP)

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