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Parlamentares na Bolívia aprovam alvejante como remédio contra covid-19

Texto autoriza uso dióxido de cloro para tratar pacientes infectados com novo coronavírus. Há relatos de pessoas hospitalizadas após consumir o alvejante

Presidente da Bolívia, Jeanine Añez: ela tem poder de vetar projeto sobre alvejante (David Mercado/Reuters)

Presidente da Bolívia, Jeanine Añez: ela tem poder de vetar projeto sobre alvejante (David Mercado/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 16 de agosto de 2020 às 10h08.

Última atualização em 16 de agosto de 2020 às 10h11.

Um projeto de lei que legaliza uma espécie de alvejante como tratamento milagroso para a covid-19 foi aprovado na Bolívia. De acordo com a imprensa local, o projeto já havia passado pelo Senado, e agora foi aprovado pela Assembleia Legislativa do país.

O texto autoriza a produção, a comercialização e o abastecimento de uma solução de dióxido de cloro para prevenir a covid-19 e como tratamento para pacientes doentes.

O dióxido de cloro é um tipo de alvejante industrial, usado como desinfetante, ou para alvejar produtos de papel. Nos últimos anos, um grupo de pessoas tem defendido a solução como capaz de curar diversas doenças. Eles a chamam de Solução Mineral Milagrosa.

O ministério da saúde da Bolívia fez um alerta sobre o uso da substância. Em comunicado emitido em junho, o órgão afirma que os reguladores médicos do país não aprovaram a substância como tratamento para a covid-19 ou qualquer outra doença. Diz ainda que o dióxido de cloro “põe a saúde da população que o consome ou pretende consumir em sério risco”.

O ministério cita comunicados do FDA (órgão que regula os medicamentos nos Estados Unidos), que afirma ter registrado relatos de "vômitos intensos, diarreia grave, pressão arterial baixa com risco de vida causada por desidratação e insuficiência hepática aguda após a ingestão desse produto".

A presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, pode sancionar ou vetar o projeto. Ainda assim, o veto pode ser revogado pelos legisladores. O ministério da saúde afirmou que vai processar quem produzir e vender a substância. Há relatos de pessoas hospitalizadas pelo país, após consumir o alvejante.

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