Para Greenpeace, energia limpa precisa crescer mais no país
Brasília - Apesar de ter apresentado no ano passado o maior índice de energia gerada por fontes renováveis dos últimos 18 anos, o Brasil ainda precisa avançar na geração de energia limpa, de acordo com a organização não governamental (ONG) Greenpeace. Para o coordenador da campanha de energias renováveis da ONG, Ricardo Baitelo, apesar de […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - Apesar de ter apresentado no ano passado o maior índice de energia gerada por fontes renováveis dos últimos 18 anos, o Brasil ainda precisa avançar na geração de energia limpa, de acordo com a organização não governamental (ONG) Greenpeace.
Para o coordenador da campanha de energias renováveis da ONG, Ricardo Baitelo, apesar de positivo, o aumento da participação de energias renováveis na matriz brasileira não pode ser considerado significativo.
O balanço energético nacional, divulgado na quinta-feira (29) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que as fontes renováveis de energia, que incluem a geração por meio de hidrelétricas, biomassa e produtos da cana-de-açúcar, foram responsáveis por 47,3% da geração de energia no país no ano passado, o maior índice desde 1992.
Baitelo disse que o resultado estava previsto, já que em 2008 houve um acionamento muito grande de termelétricas fósseis, que diminuiu no ano passado devido à grande quantidade de chuvas, que permitiram o maior uso de energia gerada pelas hidrelétricas.
Uma das maiores bandeiras defendidas pelo Greenpeace na área energética é a necessidade de aumentar o uso de energia eólica no Brasil, considerado por Baitelo ainda pequena. Ele lembra que o governo irá realizar um leilão de energias renováveis ainda no primeiro semestre deste ano, mas as usinas movidas a vento vão demorar para entrar em operação.
Ainda vai levar um tempo após o leilão para que essas novas eólicas sejam construídas e terem um papel significativo na matriz brasileiras, como já acontece em outros países, afirmou.
Segundo a EPE, a participação de energia eólica na matriz elétrica do país seguiu a tendência dos últimos anos, crescendo 5,1% em 2009 em relação ao ano anterior. Mesmo assim, essa fonte correspondeu a 0,2% do total de energia gerada no ano passado.
Na opinião do presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, a matriz elétrica brasileira é de deixar qualquer país orgulhoso no atual cenário mundial. Segundo ele, o Brasil é um dos países com a matriz elétrica mais limpa do mundo, graças ao seu potencial hidrelétrico, mas ainda precisa de energia térmica para que não fique totalmente sujeito às oscilações climáticas.
O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem o privilégio de poder fazer as melhores escolhas sem ter que botar a carapuça de grande poluidor global, muito pelo contrário, avalia. Segundo Sales, não é possível gerar a quantidade de energia necessária para o crescimento do país apostando apenas em fontes alternativas.
Se o Brasil precisa ter 3,5 mil megawatts novos de energia por ano, é claro que é inviável imaginar isso sendo produzido apenas com painéis solares ou com energia eólica. Essas energias são complementares e têm sua inserção viabilizadas em situações específicas. Não se deve imaginá-las como capazes de suportar a expansão da demanda de energia que o Brasil tem para poder suportar o ritmo de crescimento da nossa economia, disse.
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