Paquistão tenta tornar Taleban movimento político
País compartilha com o governo afegão o objetivo de transformar o Taleban de entidade militar em entidade política
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 08h48.
Cabul - O Paquistão está sendo sincero quanto ao apoio ao processo de paz que se inicia no Afeganistão e compartilha com o governo afegão o objetivo de transformar o Taleban em um movimento político, disse à Reuters um alto funcionário do governo afegão.
O Paquistão é considerado essencial para os esforços dos Estados Unidos de promover a paz no Afeganistão, uma tarefa que está se tornando urgente à medida que se aproxima a planejada retirada das tropas da Otan do território afegão e a entrega das responsabilidades de segurança às forças do governo local, previstas até o final de 2014.
"Eles nos disseram que compartilham a visão contida em nosso plano, que é basicamente a de transformar o Taleban de entidade militar em entidade política, o que lhe permitiria participar do processo político afegão e buscar pacificamente o poder, como qualquer outra entidade política do Afeganistão", disse o alto funcionário, referindo-se ao governo do Paquistão.
"Essa é a visão que eles compartilham conosco." As observações do funcionário demonstram um otimismo sem precedentes do Afeganistão em relação à posição do Paquistão. Há tempos acusado de apoiar os insurgentes afegãos, o Paquistão estaria agora disposto a colocar seu peso nos esforços de reconciliação, que ainda estão em estágio inicial e são vulneráveis às diferenças entre as várias facções políticas.
As desconfianças mútuas entre o Afeganistão e o Paquistão, que possui armas nucleares, têm dificultado os esforços para combater os militantes islamistas em uma das regiões mais explosivas do mundo. O Paquistão está determinado a bloquear a influência de sua antiga inimiga, a Índia, no Afeganistão. Acredita-se que o país apoie discretamente o Taleban na esperança de que isso excluiria do poder afegão as facções pró-Índia.
Afeganistão e Paquistão parecem agora concordar que é do interesse mútuo cooperar mais estreitamente, à medida que se aproxima o prazo de retirada da Otan. Se isso não for adiante, o Taleban poderá ter um incentivo para tentar voltar a impor ao país sua austera versão do Islã.
"Acho também que nós estamos vendo uma situação em que a ameaça extremista está seguindo em uma direção que está ficando fora de controle de todo mundo", disse o funcionário do governo afegão.
O Paquistão está lutando contra a própria versão do Taleban, de origem paquistanesa. O alto funcionário, que está envolvido nos esforços de reconciliação, disse que recentes conversações diretas entre dirigentes do Taleban e funcionários afegãos na França foram "extremamente úteis", um passo na construção de um ambiente mais amplo para a paz.
Não foi localizado um porta-voz do Taleban para fazer comentários sobre o diálogo. Os Talebans dizem que foram representados por figuras proeminentes do movimento, como Shahabuddin Delawar, de sua ala política e que tem como base o Catar. Até agora, as autoridades do Taleban afegão só fizeram contatos indiretos.
Cabul - O Paquistão está sendo sincero quanto ao apoio ao processo de paz que se inicia no Afeganistão e compartilha com o governo afegão o objetivo de transformar o Taleban em um movimento político, disse à Reuters um alto funcionário do governo afegão.
O Paquistão é considerado essencial para os esforços dos Estados Unidos de promover a paz no Afeganistão, uma tarefa que está se tornando urgente à medida que se aproxima a planejada retirada das tropas da Otan do território afegão e a entrega das responsabilidades de segurança às forças do governo local, previstas até o final de 2014.
"Eles nos disseram que compartilham a visão contida em nosso plano, que é basicamente a de transformar o Taleban de entidade militar em entidade política, o que lhe permitiria participar do processo político afegão e buscar pacificamente o poder, como qualquer outra entidade política do Afeganistão", disse o alto funcionário, referindo-se ao governo do Paquistão.
"Essa é a visão que eles compartilham conosco." As observações do funcionário demonstram um otimismo sem precedentes do Afeganistão em relação à posição do Paquistão. Há tempos acusado de apoiar os insurgentes afegãos, o Paquistão estaria agora disposto a colocar seu peso nos esforços de reconciliação, que ainda estão em estágio inicial e são vulneráveis às diferenças entre as várias facções políticas.
As desconfianças mútuas entre o Afeganistão e o Paquistão, que possui armas nucleares, têm dificultado os esforços para combater os militantes islamistas em uma das regiões mais explosivas do mundo. O Paquistão está determinado a bloquear a influência de sua antiga inimiga, a Índia, no Afeganistão. Acredita-se que o país apoie discretamente o Taleban na esperança de que isso excluiria do poder afegão as facções pró-Índia.
Afeganistão e Paquistão parecem agora concordar que é do interesse mútuo cooperar mais estreitamente, à medida que se aproxima o prazo de retirada da Otan. Se isso não for adiante, o Taleban poderá ter um incentivo para tentar voltar a impor ao país sua austera versão do Islã.
"Acho também que nós estamos vendo uma situação em que a ameaça extremista está seguindo em uma direção que está ficando fora de controle de todo mundo", disse o funcionário do governo afegão.
O Paquistão está lutando contra a própria versão do Taleban, de origem paquistanesa. O alto funcionário, que está envolvido nos esforços de reconciliação, disse que recentes conversações diretas entre dirigentes do Taleban e funcionários afegãos na França foram "extremamente úteis", um passo na construção de um ambiente mais amplo para a paz.
Não foi localizado um porta-voz do Taleban para fazer comentários sobre o diálogo. Os Talebans dizem que foram representados por figuras proeminentes do movimento, como Shahabuddin Delawar, de sua ala política e que tem como base o Catar. Até agora, as autoridades do Taleban afegão só fizeram contatos indiretos.