Papa pede à FAO "intervenções planejadas" para erradicar fome no mundo
O pedido acontece por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, celebrado nesta sexta-feira, 14, em Roma, onde fica a sede da FAO
AFP
Publicado em 14 de outubro de 2022 às 16h32.
Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 16h45.
O papa Francisco pediu à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ( FAO ) "intervenções planejadas" para erradicar a fome no mundo, que registra dados recordes na África, na Ásia e na América Latina — segundo dados oficiais.
O pedido acontece por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, celebrado nesta sexta-feira, 14, em Roma, onde fica a sede da FAO. Sob o lema "não deixar ninguém para trás", o pontífice aderiu à campanha mundial para que sejam tomadas medidas globais.
“É necessário ressaltar a necessidade de que as intervenções sejam planejadas e programadas para que contribuam para erradicar totalmente a fome e a desnutrição, e não sejam simplesmente a resposta a deficiências circunstanciais, ou a apelos lançados por emergências”, escreveu o pontífice em um comunicado enviado ao diretor-geral da FAO, o chinês Qu Dongyu.
A escalada dos preços de alimentos, energia e fertilizantes, juntamente com fatores tradicionais, como a crise climática e os conflitos prolongados, além das consequências da pandemia de covid-19, agravaram a situação alimentar em vários países.
"Além das 970 mil pessoas em risco de fome no Afeganistão, Etiópia, Somália, Sudão do Sul e Iêmen, o número de pessoas já na linha da fome em todo mundo está aumentando. Eram 828 milhões em 2021, de acordo com o último relatório da FAO", salientou a entidade internacional em um comunicado.
Segundo esse relatório, do total de pessoas ameaçadas pela fome em 2021, 7,4% vivem na América Latina e no Caribe, onde, em apenas dois anos, mais 13 milhões de pessoas foram afetadas pela fome.
"O eixo de qualquer estratégia são as pessoas, com histórias e rostos específicos, que vivem em um determinado lugar. Não são números, dados, ou estatísticas intermináveis", lembrou o pontífice argentino, exortando à solidariedade e buscando o bem comum como medida crucial para mobilizar o mundo.
LEIA TAMBÉM:
Em meio a rumores sobre aposentadoria, papa Francisco visita túmulo do 1º pontífice que renunciou
Armar a Ucrânia é "moralmente aceitável" dependendo das condições, diz papa