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Papa Francisco pede "diálogo sincero" na Cúpula das Américas

Em carta ao presidente do Panamá, papa Francisco pede diálogo que supere diferenças e encare com realismo problemas do continente

Pap Francisco: em carta, pontífice pede diálogo durante Cúpula das Américas (Giampiero Sposito/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2015 às 08h36.

Cidade do Vaticano -- O papa Francisco manifestou seu desejo de que a Cúpula das Américas constitua "um diálogo sincero" que supere diferenças e encare "com realismo" os problemas do continente, como a desigualdade ou a imigração .

O pontífice se manifestou assim em carta divulgada neste sábado pela Santa Sé e enviada ontem ao presidente do Panamá e anfitrião da VII Cúpula das Américas, Juan Carlos Varela, em função do evento.

"Gostaria de manifestar minha proximidade e incentivo para que o diálogo sincero obtenha essa mútua colaboração que soma esforços e supera diferenças no caminho para o bem comum", disse o papa na carta.

"Peço a Deus que, compartilhando valores comuns, cheguem a compromissos de colaboração no âmbito nacional ou regional que encarem com realismo os problemas e transmitam esperança".

Na carta, Francisco se detém a analisar especialmente os problemas da desigualdade social e da imigração ilegal.

O papa se declarou "convencido" de que "a inequidade, a injusta distribuição das riquezas e dos recursos" é fonte de conflitos e de violência entre os povos porque "representa que o progresso de uns é construído sobre o necessário sacrifício de outros".

"O bem-estar assim conseguido é injusto em sua raiz e atenta contra a dignidade das pessoas. Há 'bens básicos', como a terra, o trabalho e a casa, e 'serviços públicos', como a saúde, a educação, a segurança, o meio ambiente..., dos quais nenhum ser humano deveria ficar excluído", defendeu.

No entanto, ele reconheceu que este desejo "infelizmente ainda está longe da realidade" porque ainda hoje "continua a haver injustas desigualdades que ofendem a dignidade das pessoas".

Francisco disse ainda que não se pode negar que muitos países experimentaram um forte desenvolvimento econômico nos últimos anos, "mas não é menos certo que outros continuam prostrados na pobreza".

Neste sentido, o papa defendeu que "não é suficiente esperar que os pobres recolham as migalhas que caem da mesa dos ricos", mas que é preciso impulsionar "ações diretas em prol dos mais desfavorecidos", algo que "deveria ser" prioridade dos governos.

O pontífice falou a Varela sobre "o problema" da imigração, favorecido pela "imensa disparidade de oportunidades entre uns países e outros".

"(Isso) faz com que muitas pessoas se vejam obrigadas a abandonar sua terra e sua família, convertendo-se em fácil presa do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, sem direitos, nem acesso à justiça", denunciou.

A falta de cooperação entre os países "deixa muitas pessoas fora da legalidade, sem possibilidade de fazer valer seus direitos, obrigando-as a se situar entre os que se aproveitam dos demais ou a se resignar a ser vítimas dos abusos".

Diante destas situações, o papa lembrou que "os esforços para fazer pontes, canais de comunicação, tecer relações, buscar o entendimento, nunca são vãos".

A VII Cúpula das Américas, realizada no Panamá sob o lema "Prosperidade com igualdade", foi aberta ontem e termina hoje contando com a participação, pela primeira vez, de Cuba.

Na sexta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , e o de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentaram, e neste sábado está previsto que tenham um encontro que será o primeiro entre os governantes de ambos os países em mais de meio século.

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Cidade do Vaticano -- O papa Francisco manifestou seu desejo de que a Cúpula das Américas constitua "um diálogo sincero" que supere diferenças e encare "com realismo" os problemas do continente, como a desigualdade ou a imigração .

O pontífice se manifestou assim em carta divulgada neste sábado pela Santa Sé e enviada ontem ao presidente do Panamá e anfitrião da VII Cúpula das Américas, Juan Carlos Varela, em função do evento.

"Gostaria de manifestar minha proximidade e incentivo para que o diálogo sincero obtenha essa mútua colaboração que soma esforços e supera diferenças no caminho para o bem comum", disse o papa na carta.

"Peço a Deus que, compartilhando valores comuns, cheguem a compromissos de colaboração no âmbito nacional ou regional que encarem com realismo os problemas e transmitam esperança".

Na carta, Francisco se detém a analisar especialmente os problemas da desigualdade social e da imigração ilegal.

O papa se declarou "convencido" de que "a inequidade, a injusta distribuição das riquezas e dos recursos" é fonte de conflitos e de violência entre os povos porque "representa que o progresso de uns é construído sobre o necessário sacrifício de outros".

"O bem-estar assim conseguido é injusto em sua raiz e atenta contra a dignidade das pessoas. Há 'bens básicos', como a terra, o trabalho e a casa, e 'serviços públicos', como a saúde, a educação, a segurança, o meio ambiente..., dos quais nenhum ser humano deveria ficar excluído", defendeu.

No entanto, ele reconheceu que este desejo "infelizmente ainda está longe da realidade" porque ainda hoje "continua a haver injustas desigualdades que ofendem a dignidade das pessoas".

Francisco disse ainda que não se pode negar que muitos países experimentaram um forte desenvolvimento econômico nos últimos anos, "mas não é menos certo que outros continuam prostrados na pobreza".

Neste sentido, o papa defendeu que "não é suficiente esperar que os pobres recolham as migalhas que caem da mesa dos ricos", mas que é preciso impulsionar "ações diretas em prol dos mais desfavorecidos", algo que "deveria ser" prioridade dos governos.

O pontífice falou a Varela sobre "o problema" da imigração, favorecido pela "imensa disparidade de oportunidades entre uns países e outros".

"(Isso) faz com que muitas pessoas se vejam obrigadas a abandonar sua terra e sua família, convertendo-se em fácil presa do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, sem direitos, nem acesso à justiça", denunciou.

A falta de cooperação entre os países "deixa muitas pessoas fora da legalidade, sem possibilidade de fazer valer seus direitos, obrigando-as a se situar entre os que se aproveitam dos demais ou a se resignar a ser vítimas dos abusos".

Diante destas situações, o papa lembrou que "os esforços para fazer pontes, canais de comunicação, tecer relações, buscar o entendimento, nunca são vãos".

A VII Cúpula das Américas, realizada no Panamá sob o lema "Prosperidade com igualdade", foi aberta ontem e termina hoje contando com a participação, pela primeira vez, de Cuba.

Na sexta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , e o de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentaram, e neste sábado está previsto que tenham um encontro que será o primeiro entre os governantes de ambos os países em mais de meio século.

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