Cidade do Vaticano - O papa Francisco enviou um telegrama à família do jornalista americano Steven Sotloff, decapitado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no último dia 2, conforme informou a Santa Sé em sua página oficial.
Na mensagem, com data de 5 de setembro e assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardial Pietro Parolin, o pontífice expressou profunda dor por esta "trágica morte" e fez um pedido a todas as pessoas para que rejeitem a violência, "a agressão e a falta de compaixão", e pede que todos orem e trabalhem "pelo perdão, pela reconciliação e pela paz".
O EI reivindicou a autoria da decapitação de Sotloff - de 31 anos e que acredita-se que tenha sido capturado em agosto de 2013 perto da fronteira entre Síria e Turquia -, apenas 13 dias depois do assassinato de forma semelhante de outro jornalista americano, James Foley.
Em entrevista publicada hoje no jornal "Il Mattino", o vice-presidente do Comitê Parlamentar para a Segurança da República (Copasir), Giuseppe Esposito, reconheceu que existe risco de o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) cometer um atentado contra o Vaticano, mas reforçou que esta ameaça está "sob controle". Em julho, o autoproclamado califa do EI Abu Bakr al-Baghdadi afirmou que queria "conquistar Roma e o Vaticano".
"Esta ameaça do julho foi avaliada por nossos serviços de inteligência. O Vaticano representa um inimigo para os extremistas islâmicos (...), especialmente depois dos ataques às Torres Gêmeas", sustentou Esposito, ao tempo que acrescentou que "está sob controle".
Perguntado sobre o grau de confiabilidade destes riscos, o vice-presidente do Comitê assegurou que "não são apenas ameaças críveis", mas também que devem ser "avaliadas com muito cuidado".
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1. Profissão de risco
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1/6 (John Cantlie/Getty Images)
São Paulo - A
Síria foi, em 2013, o lugar mais letal para jornalistas do mundo. Por lá, 28 profissionais foram mortos
diretamente por causa de seus trabalhos. No mundo, foram 70 mortes. É o que mostra o levantamento mais recente do
Committee to Protect Journalists, que mapeia os casos de violência contra jornalistas em serviço ao redor do mundo. No top 10, aparecem países em conflitos intensos, como Sìria e Iraque, mas também países vistos como democráticos e pacíficos. É o caso do Brasil, que aparece na preocupante sétima colocação. Alguns números alarmantes:
- 94% dos casos de assassinato ficaram impunes
- 16% dos assassinatos partiu, acredita-se, de forças do governo
- 44% dos profissionais eram de meios online, 37% eram de TV e 20% de meios impressos
- 44% foram assassinados, enquanto 36% estavam no meio de um combate ou fogo cruzado e 20% estavam em uma situação de risco
Veja a seguir os 10 países mais perigosos:
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2. 2. Iraque
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2/6 (Spencer Platt/Getty Images)
Número de mortos: 10 Um dos casos recentes no
Iraque envolveu o cinegrafista Mohammed Ghanem e o correspondente Mohammed Karim al-Badrani, do canal de TV independente Al-Sharqiya. Eles filmavam os preparativos do feriado de Eid al-Adha quando foram alvejados. Não se sabe se o fogo partiu do governo ou de milícias.
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3. 3. Egito
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3/6 (KHALED DESOUKI/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 6 As mortes foram provocadas pelas intensos protestos que tomaram conta do
Egito desde 2012. Três das seis mortes foram em um único dia, 14 de agosto, quando esses jornalistas cobriam ataques das forças de segurança do governo contra manifestantes partidários da Irmandade Muçulmana.
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4. 7. Brasil
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4/6 (CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Apesar de ser uma democracia e não viver nenhuma guerra declarada, o Brasil aparece entre os mais mortais. Entre as vítimas, estão Mario Randolfo Marques Lopes, editor do site de notícias Vassouras na Net. Ele e sua esposa foram sequestrados e mortos na cidade de Barra do Piraí, no Rio. Lopes denunciava casos de corrupção.
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5. 8. Filipinas
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5/6 (TED ALJIBE/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Além das três mortes diretamente relacionadas ao trabalho dos jornalistas, há outras seis mortes que estão sendo invetigadas nas
Filipinas e podem ter relação com a profissão. Um dos últimos casos vitimou Romeo Olea, um comentarista de rádio morto a tiros. Sua esposa disse que ele recebia constantes ameaças de morte.
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6. 10. Mali
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6/6 (KENZO TRIBOUILLARD/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 2 As mortes de jornalistas no
Mali só começaram a ser documentadas a partir de 2012. Em 2013, Ghislaine Dupont e Claude Verlon, da Rádio France Internacionale, foram sequestrados e mortos com vários tiros.