Papa denúncia "indiferença" diante da tragédia da imigração
Pontífice lamentou mortes ocorridas durante travessia de imigrantes ilegais para a ilha italiana de Lampedusa nas últimas décadas
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 09h11.
Cidade do Vaticano - O papa viajou nesta segunda-feira para a ilha italiana de Lampedusa, a "porta da Europa" para os imigrantes ilegais que buscam no continente um futuro melhor, lamentou as mortes ocorridas durante esta travessia e denunciou a "globalização da indiferença" diante dessa tragédia.
O pontífice celebrou uma missa no local diante de cerca de 10 mil pessoas. Francisco, em sua primeira viagem como pontífice, lançou uma coroa de flores ao mar em homenagem aos mortos e se reuniu com vários imigrantes hospedados em Lampedusa, que fica a 113 quilômetros do litoral da África.
Nas últimas décadas, cerca de 20 mil imigrantes morreram no mar tentando chegar na Europa.
O papa aproveitou a ocasião e pediu para "que se despertem nossas consciências e para que tragédias como as ocorridas não voltem a se repetir".
O pontífice denunciou "a crueldade que há no mundo, em nós e naqueles que no anonimato tomam decisões socioeconômicas que abrem o caminho a dramas como este". Francisco também criticou os traficantes de seres humanos, que se aproveitam da pobreza dos imigrantes.
A morte há uma semana de sete africanos quando tentavam chegar na costa italiana amarrados na rede de um pesqueiro tunisiano, que foram cortadas pelos tripulantes, chocou o papa, que revelou hoje que o caso cravou como um espinho em seu coração.
Francisco decidiu que precisava viajar para essa ilha para demonstrar sua "solidariedade e proximidade". Em sua homilia, denunciou a "globalização da indiferença", que faz com que o homem não se sinta responsável pela morte dos imigrantes que perdem a vida nas travessias buscando um futuro melhor.
"Imigrantes mortos no mar, nesses barcos que em vez de ser um via de esperança se transformaram em um caminho de morte", afirmou o papa. Francisco disse ainda que o ser humano atual, imerso na cultura do bem-estar, "que nos leva a pensar em nós mesmos, nos torna insensíveis ao grito dos outros".
"Nos faz viver em uma bolha de sabão, que são bonitas, mas não são nada mais, são a ilusão dos fúteis, do provisório, que leva à indiferença aos outros, leva à globalização da indiferença", acrescentou.
"Temos nos acostumados ao sofrimento dos outros, não nos afeta, não nos interessa, não é coisa nossa", criticou.
O pontífice advertiu que essa globalização da indiferença torna os homens pessoas sem nome e sem rosto.
Francisco disse que a sociedade atual se transformou em uma sociedade que esqueceu de "chorar pelas pessoas que morreram nos barcos no fundo no mar, pelas jovens mães que levavam seus filhos".
"Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de chorar por nossa indiferença, pela crueldade que há no mundo", afirmou o papa, que pediu perdão por "todos aqueles que com suas decisões em nível mundial criaram situações que conduzem a este drama".
A Eucaristia foi celebrada em um altar construído com um velha barca e foi acompanhada inclusive por imigrantes muçulmanos.
A visita a Lampedusa durou cerca de metade de um dia. Francisco chegou, por coincidência, pouco depois que uma embarcação com 166 imigrantes ilegais desembarcou na ilha.
Após jogar a coroa de flores no mar, o papa se reuniu com cerca de 50 imigrantes, entre eles mulheres e crianças, que pediram ajuda da Europa.
"Fugimos de nosso país por motivos políticos e econômicos. Para chegar a este lugar superamos muitos obstáculos, fomos roubados por traficantes, sofremos muito até chegar aqui", disse um jovem imigrante, que entregou uma carta ao pontífice. EFE
Cidade do Vaticano - O papa viajou nesta segunda-feira para a ilha italiana de Lampedusa, a "porta da Europa" para os imigrantes ilegais que buscam no continente um futuro melhor, lamentou as mortes ocorridas durante esta travessia e denunciou a "globalização da indiferença" diante dessa tragédia.
O pontífice celebrou uma missa no local diante de cerca de 10 mil pessoas. Francisco, em sua primeira viagem como pontífice, lançou uma coroa de flores ao mar em homenagem aos mortos e se reuniu com vários imigrantes hospedados em Lampedusa, que fica a 113 quilômetros do litoral da África.
Nas últimas décadas, cerca de 20 mil imigrantes morreram no mar tentando chegar na Europa.
O papa aproveitou a ocasião e pediu para "que se despertem nossas consciências e para que tragédias como as ocorridas não voltem a se repetir".
O pontífice denunciou "a crueldade que há no mundo, em nós e naqueles que no anonimato tomam decisões socioeconômicas que abrem o caminho a dramas como este". Francisco também criticou os traficantes de seres humanos, que se aproveitam da pobreza dos imigrantes.
A morte há uma semana de sete africanos quando tentavam chegar na costa italiana amarrados na rede de um pesqueiro tunisiano, que foram cortadas pelos tripulantes, chocou o papa, que revelou hoje que o caso cravou como um espinho em seu coração.
Francisco decidiu que precisava viajar para essa ilha para demonstrar sua "solidariedade e proximidade". Em sua homilia, denunciou a "globalização da indiferença", que faz com que o homem não se sinta responsável pela morte dos imigrantes que perdem a vida nas travessias buscando um futuro melhor.
"Imigrantes mortos no mar, nesses barcos que em vez de ser um via de esperança se transformaram em um caminho de morte", afirmou o papa. Francisco disse ainda que o ser humano atual, imerso na cultura do bem-estar, "que nos leva a pensar em nós mesmos, nos torna insensíveis ao grito dos outros".
"Nos faz viver em uma bolha de sabão, que são bonitas, mas não são nada mais, são a ilusão dos fúteis, do provisório, que leva à indiferença aos outros, leva à globalização da indiferença", acrescentou.
"Temos nos acostumados ao sofrimento dos outros, não nos afeta, não nos interessa, não é coisa nossa", criticou.
O pontífice advertiu que essa globalização da indiferença torna os homens pessoas sem nome e sem rosto.
Francisco disse que a sociedade atual se transformou em uma sociedade que esqueceu de "chorar pelas pessoas que morreram nos barcos no fundo no mar, pelas jovens mães que levavam seus filhos".
"Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de chorar por nossa indiferença, pela crueldade que há no mundo", afirmou o papa, que pediu perdão por "todos aqueles que com suas decisões em nível mundial criaram situações que conduzem a este drama".
A Eucaristia foi celebrada em um altar construído com um velha barca e foi acompanhada inclusive por imigrantes muçulmanos.
A visita a Lampedusa durou cerca de metade de um dia. Francisco chegou, por coincidência, pouco depois que uma embarcação com 166 imigrantes ilegais desembarcou na ilha.
Após jogar a coroa de flores no mar, o papa se reuniu com cerca de 50 imigrantes, entre eles mulheres e crianças, que pediram ajuda da Europa.
"Fugimos de nosso país por motivos políticos e econômicos. Para chegar a este lugar superamos muitos obstáculos, fomos roubados por traficantes, sofremos muito até chegar aqui", disse um jovem imigrante, que entregou uma carta ao pontífice. EFE