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Pandemia de covid-19 acelera na África, que precisa de testes, diz OMS

Organização disse não haver indício de que grandes números de casos graves e mortes estejam passando despercebidos na região

Coronavírus na África: dez países impulsionam a epidemia africana e respondem por 75 por cento dos cerca de 207.600 casos no continente (Gallo Images/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 11 de junho de 2020 às 15h40.

A pandemia de coronavírus está acelerando na África , onde se dissemina em áreas rurais após viajantes estrangeiros a levarem às capitais, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira.

A OMS também disse, no entanto, não haver indício que grandes números de casos graves e mortes estejam passando despercebidos e que o vírus não causou infecções significativas em campos de refugiados do continente.

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Dez países impulsionam a epidemia africana e respondem por 75 por cento dos cerca de 207.600 casos no continente, disse Matshidiso Moeti, diretora regional da África da OMS. Cerca de 5 mil mortes foram relatadas.

A África do Sul, que no mês passado iniciou um relaxamento gradual do isolamento, é a mais atingida, representando um quarto de todos os casos, disse ela.

"Embora estes casos da África sejam menos de três por cento do total global, está claro que a pandemia está se acelerando", disse Moeti em uma coletiva de imprensa para correspondentes da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.

"Acreditamos que grandes números de casos graves e mortes não estão passando despercebidos na África."

A população africana é relativamente jovem, e muitos países já haviam estabelecido medidas de verificação contra o Ebola em "pontos de entrada" – dois fatores que podem ter limitado o impacto da Covid-19 até agora, disse ela.

Mas o isolamento e fechamento de mercados para conter o contágio do coronavírus atingiram duramente as famílias pobres, observou Moeti.

Na África do Sul, números altos de casos diários e mortes estão sendo relatados em duas províncias, Cabo Ocidental e Cabo Oriental, disse a diretora, acrescentando: "Especificamente no Cabo Ocidental, onde estamos vendo uma maioria de casos e mortes, a tendência parece semelhante ao que estava acontecendo na Europa e nos Estados Unidos".

A falta de kits de exames continua sendo um desafio para o continente, disse Moeti, e enquanto não existir uma vacina eficaz é provável que a África testemunhe um aumento contínuo, e os focos exigirão rígidas medidas de saúde pública e distanciamento social.

Não está claro por que a doença se propagou mais lentamente na África a princípio, disse ela, mas vários fatores podem estar em jogo, como o número baixo de viajantes estrangeiros que poderiam disseminar o vírus, as reações rápidas dos líderes africanos, a demografia e o clima.

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