John Kerry: "a ausência de liderança dos Estados Unidos é um componente" (Pablo Blazquez Dominguez / Correspondente/Getty Images)
Reuters
Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 11h35.
Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 11h37.
Madri -- Os países mais ricos do mundo não estão "se comportando como adultos" e agindo com firmeza suficiente para cumprir os compromissos contra o aquecimento global estabelecidos no Acordo de Paris, disse o ex-secretário de Estado norte-americano e ativista do clima John Kerry, nesta terça-feira (10).
Kerry, que foi o diplomata mais graduado do governo do presidente Barack Obama e uma figura de destaque na mediação do Acordo de Paris de 2015, disse que as nações do G20 estão ficando para trás nos planos de redução de emissões e nas promessas de ajuda financeira aos países mais pobres, em vez de elevarem o nível da ação climática global.
"O fardo de se comportar como adultos recai em grande parte no G20, como grandes nações devem fazer", disse Kerry à Reuters em entrevista nos bastidores das conversas da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima em Madri.
"Estamos em um estágio crítico em termos de estar atrasados (nas metas), e a ausência de liderança dos Estados Unidos é um componente", disse.
Ministros do Meio Ambiente de mais de 190 países foram a Madri para a fase de conversas de alto nível da COP25, na qual autoridades de governo assumirão a negociação de questões pendentes no Acordo de Paris para limitar a elevação das temperaturas globais a uma cifra entre 1,5 e 2 graus Celsius.
Embora o governo Trump tenha iniciado o processo de retirada dos EUA --o maior emissor de gases de efeito estufa da história-- do pacto parisiense no ano que vem, dezenas de prefeitos e presidentes-executivos norte-americanos confirmaram presença em Madri como parte da coalizão "Ainda Estamos Dentro" -- um grupo de Estados e cidades ainda comprometidos com as metas de Paris.