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Pai de Le Pen é multado em € 30 mil por relativizar câmara de gás

Em abril de 2015, o presidente de honra da FN, disse que as câmaras de gás nazistas durante a Segunda Guerra eram um mero "detalhe" da história

Jean-Marie Le Pen: a condenação chega no momento em que sua filha está imersa em campanha para as eleições presidenciais (Getty/Getty Images)
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EFE

Publicado em 1 de março de 2017 às 12h28.

Paris - Jean-Marie Le Pen, presidente de honra do partido de extrema-direita da França Frente Nacional (FN), foi condenado nesta quarta-feira, por um tribunal de apelação, a pagar uma multa de 30 mil euros por ter dito em abril de 2015 que as câmaras de gás nazistas durante a Segunda Guerra Mundial eram um mero "detalhe" da história.

Esta sentença se une à divulgada ontem, quando o tribunal de apelação confirmou outra multa, desta vez de 5 mil euros, a Jean-Marie Le Pen por ter afirmado em 2013 que a presença de ciganos em uma cidade poderia produzir urticária e mal cheiro.

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Por suas alegações sobre as câmaras de gás, o tribunal considerou provado que houve crime, pois Le Pen colocou em xeque um crime contra a humanidade, enquanto as que foram direcionadas aos ciganos supuseram incitação ao ódio racista.

Estas condenações chegam no momento em que sua filha e sucessora na liderança da FN, Marine le Pen, com quem rompeu relação, está imersa em campanha para as eleições presidenciais, na qual lidera as pesquisas do primeiro turno, que será disputado em 23 de abril.

A própria Marine Le Pen também enfrenta um processo judicial, pois supostamente atribuiu empregos fictícios pagos pelo Parlamento Europeu a seu guarda-costas e a sua secretária pessoal.

O patriarca, que durante a audiência afirmou não se arrepender de suas palavras, também deverá pagar outros 2 mil euros por danos e prejuízos à associação SOS Racisme e outros mil à Liga de Direitos Humanos, que atuaram como acusação particular.

Em 2015, quando voltou a declarar que as câmaras de gás foram apenas "um detalhe" da Segunda Guerra Mundial, a filha e herdeira política de Le Pen, que buscava dar uma imagem menos polêmica ao partido, decidiu expulsá-lo.

O fundador da FN levou então esta decisão aos tribunais, que não lhe restituíram a militância, mas obrigaram o partido a reconhecê-lo como presidente de honra.

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