Os impactos do Brexit
Nesta sexta-feira, uma prévia do PIB na Zona do Euro no segundo trimestre deve manter as tímidas estimativas: um crescimento de 0,3%, frente aos 0,6% do primeiro trimestre. A taxa também é levemente menor que a do mesmo período de 2015, quando a economia cresceu 0,4%. Os economistas já previam: a saída do Reino Unido […]
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2016 às 21h38.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.
Nesta sexta-feira, uma prévia do PIB na Zona do Euro no segundo trimestre deve manter as tímidas estimativas: um crescimento de 0,3%, frente aos 0,6% do primeiro trimestre. A taxa também é levemente menor que a do mesmo período de 2015, quando a economia cresceu 0,4%.
Os economistas já previam: a saída do Reino Unido na União Europeia têm impacto sobre o bloco inteiro, mas nada de calamidades no curto prazo. O pânico inicial já passou. Uma pesquisa do instituto Sentix, divulgada esta semana em Frankfurt, mostra que a confiança do investidor subiu de 1,7 em julho para 4,2 em agosto.
Alguns países, claro, vão sofrer mais do que outros. A Alemanha, por exemplo, deveria crescer 1,7% este ano, mas, com a confirmação do Brexit, o crescimento pode ser afetado em até 0,4 ponto percentual por causa da queda nas exportações para o Reino Unido, que compra cerca de 100 bilhões de dólares em produtos alemães por ano.
Já no Reino Unido, o banco central lançou mão de um plano para tentar afugentar os maus agouros trazidos pelo referendo. Pela primeira vez, desde 2009, foram cortados os juros para um mínimo histórico: 0,25%. Nos próximos seis meses, a intenção do banco central do país é comprar 60 bilhões de euros em títulos de dívidas do governo para garantir a recuperação pós-Brexit.
O déficit da balança comercial do país aumentou de 4,2 bilhões de euros em maio para 5,1 bilhões em junho, com as importações atingindo o recorde de 48,9 bilhões de euros. A libra também está enfraquecendo. Antes do referendo, no dia 22 de junho, ela valia 1,3 euro, mas chegou a 1,16 nessa quinta-feir. Asempresas britânicas já esperam menos investimentos e menos contratações para os próximos meses e o Instituto de Pesquisas Sociais e Econômicas prevê recessão para 2017. O Reino Unido está pagando o preço da sua escolha. A Europa, nem tanto.