Organização Trump é condenada a pagar US$ 1,6 mi por fraude fiscal
O grupo do magnata republicano Donald Trump, que pretende se candidatar às eleições presidenciais de 2024, foi julgado por evasão fiscal e falsificação de declarações contábeis
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de janeiro de 2023 às 10h37.
A Organização Trump foi condenada nesta sexta, 13, em Nova York, a pagar uma multa de US$ 1,6 milhão por fraude fiscal e financeira, disse o procurador de Manhattan em um comunicado.
O grupo do magnata republicano Donald Trump, que pretende se candidatar às eleições presidenciais de 2024, foi julgado por evasão fiscal e falsificação de declarações contábeis, com o objetivo de ocultar do fisco as compensações financeiras de alguns diretores.
Trata-se do primeiro caso penal contra a corporação familiar do ex-presidente (2017-2021), que inclui clubes de golfe, hotéis de luxo e propriedades imobiliárias.
A Organização Trump espera um julgamento civil ainda maior em 2023 sobre um caso diferente de fraude financeira.
"Hoje, as empresas do ex-presidente Trump foram multadas com as penas máximas permitidas por lei depois de condenações históricas por um total de 17 crimes graves", disse no comunicado o procurador Alvin Bragg.
Benefícios
Duas empresas do grupo, Trump Corporation e Trump Payroll Corporation, foram acusadas de ter concedido benefícios financeiros ou em espécie a executivos de alto escalão, escondendo-os das autoridades fiscais para evitar o pagamento de impostos, entre 2005 e 2018.
Entre eles está um ex-diretor financeiro histórico da companhia, Allen Weisselberg, de 75 anos, muito próximo de Trump, que se declarou culpado de 15 acusações e foi sentenciado na terça-feira, pelo mesmo caso, a 5 meses de prisão e a pagar uma multa de mais de US$ 2 milhões.
Quando sua sentença foi anunciada, Weisselberg, que começou a trabalhar como contador para o pai de Trump em 1973, saiu algemado para cumprir sua pena na prisão de Rikers Island.
Os advogados da Organização Trump tentaram ontem obter uma punição menor, atribuindo a culpa a uma empresa de contabilidade externa, a Mazars USA, que, segundo eles, deveria ter interrompido o delito. Eles também culparam Weisselberg e disseram que ele executou o esquema sem a intenção de beneficiar a Organização Trump. Mas Joshua Steinglass, promotor do distrito de Manhattan, argumentou que a empresa executou "um esquema multidimensional para fraudar as autoridades fiscais".
O julgamento lançou uma luz dura sobre o funcionamento interno da Organização Trump e, apesar do veredicto anunciado ontem, Trump e os negócios de sua família ainda estão sob investigação em Manhattan. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)