Manifestantes protestam contra fome na Venezuela (Marco Bello/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de junho de 2017 às 15h28.
Caracas - Milhares de opositores venezuelanos protestam neste sábado em Caracas e em várias cidades do interior "contra a fome", no 64º dia da atual onda de manifestações antigovernamentais que já deixou 63 mortos e mais de mil feridos.
Convocados pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), centenas de manifestantes se concentram junto a deputados e dirigentes antichavistas na urbanização de Montalbán, na capital venezuelana, para marchar até a paróquia de El Valle.
Esta mobilização, diferente da maioria das que estão sendo realizadas em Caracas desde o último dia 1º de abril, pretende transitar apenas pelo oeste da capital, um território considerado um bastião do chavismo e governado pelo governista Jorge Rodríguez.
Os manifestantes participam desta mobilização em sua maioria vestidos de branco, levando bandeiras nacionais e panelas vazias em sinal de protesto perante a escassez de alimentos que assola a nação desde há mais de um ano. Um grupo de opositores levava um cartaz que dizia: "Só o governo engorda".
Além disso, centenas de opositores marcham em várias cidades do interior sob a mesma consigna e após terem sido também convocados pela MUD.
O ex-presidente do parlamento, Henry Ramos Allup, mostrou ao vivo através do Periscope a mobilização que ele lidera hoje no estado de Yaracuy, junto a dezenas de simpatizantes.
Por sua parte, o presidente da Comissão de Política Exterior do parlamento, Luis Florido, fez o mesmo no estado de Portuguesa.
Através do Twitter a coalizão opositora divulgou vídeos e fotografias que dão conta de protestos similares nos estados de Zulia, Táchira e Trujillo, situados no oeste do país, bem como na região de Nueva Esparta, no nordeste.
O governador do estado de Miranda e líder opositor, Henrique Capriles, explicou nesta sexta-feira que esta mobilização também é contra a intenção do chefe de Estado, Nicolás Maduro, de mudar a Constituição mediante uma Assembleia Nacional Constituinte.
Isto, na opinião de Capriles, "é uma fraude madurista que só vai trazer aos venezuelanos é mais fome e pobreza".