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Opositora cubana completa uma semana em greve de fome

"Apesar de tudo ela continua" com a greve de fome, disse à AFP a opositora Idalia Yanes

A dissidente cubana Marta Beatriz Roque: conhecida por sua dureza e intransigência, Marta é uma das raras vozes em Cuba a defender vigorosamente as sanções econômicas (©AFP / Adalberto Roque)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 15h01.

Havana - A dissidente cubana Marta Beatriz Roque e outros opositores completaram esta segunda-feira uma semana em greve de fome pela libertação de um opositor preso, desconsiderando os pedidos para quebrar o jejum, informou uma ativista.

"Apesar de tudo ela continua" com a greve de fome, disse à AFP a opositora Idalia Yanes, que auxilia Marta no protesto que iniciou na segunda-feira da semana passada em sua casa, em Havana.

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"Escutou tudo o que lhe disseram, mas é sua decisão" continuar com a greve de fome, acrescentou Yanes, em alusão ao apelo pela suspensão do jejum feito pela líder das opositoras Damas de Branco, Berta Soler.

"Precisamos que os homens e mulheres preservem sua vida porque seguir o legado (de um mártir) não é o mesmo que ter as pessoas sobre a terra, podendo causar dores de cabeça no governo", afirmou Soler no domingo.

Economista de 67 anos, Roque deixou de comer para pedir a libertação do opositor Jorge Vázquez Chaviano, que devia sair da prisão em 9 de setembro, após cumprir uma pena por exercer uma "atividade econômica ilegal", segundo sua família.

A "dama de ferro" da dissidência cubana começou seu jejum seguida por outros 13 opositores em diversas localidades da ilha, mas logo foram se somando mais e agora são 27, incluindo Roque e o preso Vázquez.

Um deles, o ex-preso político Jorge Luis García, aliás "Antúnez", perdeu a consciência esta tarde e foi levado ao hospital, mas voltou a si no local e se negou a ser atendido por algum médico. "Depois, voltaram para sua casa", na província de Santa Clara (280 km ao leste de Havana), disse Yanes.

Roque, que é diabética, sofreu várias crises de hipoglicemia desde que parou de comer e "está bastante debilitada", disse Yanes, acrescentando que no final da tarde a ativista voltou a sofrer outra queda de glicemia.

A greve de fome se tornou a arma principal dos dissidentes cubanos para reivindicar seus direitos perante o governo, mas a prática custou a vida de dois opositores presos: Orlando Zapata (fevereiro de 2010) e Wilman Villar (janeiro de 2012).

O governo cubano qualifica os opositores de "mercenários" a serviço dos Estados Unidos, e nenhum meio de comunicação da ilha, todos sob controle estatal, reportou algum jejum de protesto.

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