Exame Logo

Oposicão síria se reúne para definir mapa do caminho

Reunião é a terceira realizada pela oposição na Turquia, após os encontros de abril e junho

Menina exibe uma bandeira síria durante um protesto em Istambul (AFP/Bulent Kilic)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2011 às 10h48.

Istambul - Cerca de 300 opositores sírios se reuniram neste sábado na cidade turca de Istambul para estabelecer um mapa do caminho e um eventual novo governo na Síria, enquanto segue a sangrenta repressão do regime aos protestos.

"Temos um plano que expõe nossos pontos de vista para o futuro, para as mudanças na Síria, por um regime livre e democrático. Vamos ver se alguém apresenta objeções e faremos os ajustes necessários", afirmou Haitham al-Maleh, uma das mais importantes figuras da oposição.

"Aqui se reúne a corrente islamita. Buscamos nos entender, nos organizar e nos posicionar em um processo de mudança contínua", explicou à AFP Burhan Ghaliun, um opositor procedente de Paris.

"Alguns tinham a intenção de criar um governo provisório, mas isso não tem sentido atualmente. É prematuro, todos somos contra", acrescentou Ghaliun, sociólogo e ativista dos Direitos Humanos, que afirma representar uma corrente laica.

Esta é a terceira reunião da oposição realizada na Turquia, após os encontros de abril e junho. Neste último, em Damasco, os participantes clamaram a rebelião a prosseguir com o "levante pacífico".

As críticas ao regime de Bashar al-Assad tomaram conta do encontro em Istambul, que seria realizado simultaneamente com um outro em Damasco, mas este acabou sendo cancelado.

"O regime perdeu sua legitimidade. Assad não pode seguir no poder após todo o sangue derramado. Ele deve responder às demandas da oposição e abandonar o poder de maneira pacífica", declarou Mechaal al Tamo, militante curdo entrevistado por telefone de Damasco.

Na sexta-feira, pelo menos 28 pessoas foram mortas devido à repressão às manifestações no país, informaram militantes dos Direitos Humanos. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, cerca de 300 pessoas foram presas após os protestos.

"Bashar segue enganando os cidadãos sírios e todo o mundo. Ele anulou o estado de emergência, mas a (nova) lei que decretou é ainda pior. Não se pode proibir uma reunião pacífica", protestou Maleh, que chamou o presidente sírio de "mentiroso e facista".

Desde o início da revolta na Síria, em meados de março, já são "dois mil mortos, 1,5 mil desaparecidos e 15 mil prisões", contabiliza Maleh, um advogado de 79 anos, defensor dos Direitos Humanos, que foi libertado em março após cumprir pena por "divulgação de notícias falsas suscetíveis de atentar a moral da nação".

Uma outra contagem feita por uma ONG local indica 1.419 civis, 352 militares mortos e 12 mil detidos.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que também se encontra em Istambul em uma viagem de dois dias à Turquia, reconheceu que a influência externa terá pouco impacto nos sangrentos acontecimentos gerados pela revolta na Síria.

"Nenhum de nós realmente tem influência, exceto quando dizemos que acreditamos e esperamos encorajar mudanças. Não sabemos como isto vai acabar", lamentou Clinton em entrevista à rede CNN na Turquia.

Veja também

Istambul - Cerca de 300 opositores sírios se reuniram neste sábado na cidade turca de Istambul para estabelecer um mapa do caminho e um eventual novo governo na Síria, enquanto segue a sangrenta repressão do regime aos protestos.

"Temos um plano que expõe nossos pontos de vista para o futuro, para as mudanças na Síria, por um regime livre e democrático. Vamos ver se alguém apresenta objeções e faremos os ajustes necessários", afirmou Haitham al-Maleh, uma das mais importantes figuras da oposição.

"Aqui se reúne a corrente islamita. Buscamos nos entender, nos organizar e nos posicionar em um processo de mudança contínua", explicou à AFP Burhan Ghaliun, um opositor procedente de Paris.

"Alguns tinham a intenção de criar um governo provisório, mas isso não tem sentido atualmente. É prematuro, todos somos contra", acrescentou Ghaliun, sociólogo e ativista dos Direitos Humanos, que afirma representar uma corrente laica.

Esta é a terceira reunião da oposição realizada na Turquia, após os encontros de abril e junho. Neste último, em Damasco, os participantes clamaram a rebelião a prosseguir com o "levante pacífico".

As críticas ao regime de Bashar al-Assad tomaram conta do encontro em Istambul, que seria realizado simultaneamente com um outro em Damasco, mas este acabou sendo cancelado.

"O regime perdeu sua legitimidade. Assad não pode seguir no poder após todo o sangue derramado. Ele deve responder às demandas da oposição e abandonar o poder de maneira pacífica", declarou Mechaal al Tamo, militante curdo entrevistado por telefone de Damasco.

Na sexta-feira, pelo menos 28 pessoas foram mortas devido à repressão às manifestações no país, informaram militantes dos Direitos Humanos. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, cerca de 300 pessoas foram presas após os protestos.

"Bashar segue enganando os cidadãos sírios e todo o mundo. Ele anulou o estado de emergência, mas a (nova) lei que decretou é ainda pior. Não se pode proibir uma reunião pacífica", protestou Maleh, que chamou o presidente sírio de "mentiroso e facista".

Desde o início da revolta na Síria, em meados de março, já são "dois mil mortos, 1,5 mil desaparecidos e 15 mil prisões", contabiliza Maleh, um advogado de 79 anos, defensor dos Direitos Humanos, que foi libertado em março após cumprir pena por "divulgação de notícias falsas suscetíveis de atentar a moral da nação".

Uma outra contagem feita por uma ONG local indica 1.419 civis, 352 militares mortos e 12 mil detidos.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que também se encontra em Istambul em uma viagem de dois dias à Turquia, reconheceu que a influência externa terá pouco impacto nos sangrentos acontecimentos gerados pela revolta na Síria.

"Nenhum de nós realmente tem influência, exceto quando dizemos que acreditamos e esperamos encorajar mudanças. Não sabemos como isto vai acabar", lamentou Clinton em entrevista à rede CNN na Turquia.

Acompanhe tudo sobre:DitaduraOposição políticaPolítica no BrasilProtestosSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame