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Oposição síria faz reunião sobre negociações de Genebra

O objetivo das negociações de Genebra é encontrar uma solução política ao conflito que deixou mais de 260.000 mortos na Síria desde 2011

Síria: as negociações, previstas para durar seis meses, se baseiam no mapa do caminho votado no Conselho de Segurança da ONU (Omar Sanadiki / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 10h54.

Grande parte da oposição síria seguia nesta quarta-feira reunida na Arábia Saudita para decidir se participará das negociações com o regime sírio auspiciadas pela ONU e que devem começar na sexta-feira em Genebra.

"Acabamos de começar" um segundo dia de negociações, disse à AFP Monzer Majus, porta-voz do Alto Comitê de Negociações (ACN) reunido em um hotel de Riad.

Os debates seguirão "talvez durante todo o dia e não haverá nenhum comentário antes do fim", indicou.

Segundo o escritório em Genebra do emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, os convites para as negociações foram enviados na terça-feira, mas não identificou quem representará o regime de Bashar al-Assad ou a oposição.

O ACN, formado em dezembro em Riad pelas principais organizações da oposição, se declara a única instância habilitada a formar a delegação da oposição nas negociações.

No entanto, algumas figuras da oposição que não estão no ACN disseram na terça-feira também ter recebido convites.

Segundo uma fonte próxima à reunião de Riad, antes de decidir sobre sua participação o ACN quer detalhes sobre os convites que a ONU enviou às outras partes.

Também pede informação sobre "questões humanitárias", disse à AFP Salem al-Meslet, membro do ACN.

O objetivo das negociações de Genebra é encontrar uma solução política ao conflito que deixou mais de 260.000 mortos na Síria desde 2011 e no qual vários países estrangeiros também participam.

As negociações, previstas para durar seis meses, se baseiam no mapa do caminho votado em dezembro no Conselho de Segurança da ONU, que prevê um cessar-fogo, um governo de transição em um período de seis meses e eleições em 18 meses.

O conflito sírio também obrigou milhares de pessoas a abandonar suas casas para se refugiar em países vizinhos ou tentar chegar à Europa.

A comunidade internacional também está muito preocupada pela presença na Síria de grupos jihadistas como o Estado Islâmico (EI).

A coalizão designou como negociador principal Mohamed Alluch, chefe do grupo rebelde pró-saudita Jaich al-Islam, muito criticado pela oposição interna na Síria e pela Rússia.

Outros dos pontos de discórdia é a participação nas negociações dos curdos, na linha de frente na luta contra os jihadistas do EI.

A Rússia considera que os curdos, até o momento excluídos da delegação negociadora da oposição, teriam que participar se as partes quiserem obter resultados.

Já a Turquia, contrária ao regime de Bashar al-Assad, se opõe à presença na mesa do PYD, o principal partido curdo sírio.

Por sua vez, a Rússia desmentiu na terça-feira que o presidente Vladimir Putin tivesse pedido para Assad abandonar o poder ou que tivesse oferecido asilo na Rússia. "Não é verdade", afirmou.

A ONU e os países ocidentais querem tentar evitar um novo fracasso diplomático como o das negociações do início de 2014, ao mesmo tempo em que seguem reforçando sua luta contra o EI na Síria e no Iraque.

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Grande parte da oposição síria seguia nesta quarta-feira reunida na Arábia Saudita para decidir se participará das negociações com o regime sírio auspiciadas pela ONU e que devem começar na sexta-feira em Genebra.

"Acabamos de começar" um segundo dia de negociações, disse à AFP Monzer Majus, porta-voz do Alto Comitê de Negociações (ACN) reunido em um hotel de Riad.

Os debates seguirão "talvez durante todo o dia e não haverá nenhum comentário antes do fim", indicou.

Segundo o escritório em Genebra do emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, os convites para as negociações foram enviados na terça-feira, mas não identificou quem representará o regime de Bashar al-Assad ou a oposição.

O ACN, formado em dezembro em Riad pelas principais organizações da oposição, se declara a única instância habilitada a formar a delegação da oposição nas negociações.

No entanto, algumas figuras da oposição que não estão no ACN disseram na terça-feira também ter recebido convites.

Segundo uma fonte próxima à reunião de Riad, antes de decidir sobre sua participação o ACN quer detalhes sobre os convites que a ONU enviou às outras partes.

Também pede informação sobre "questões humanitárias", disse à AFP Salem al-Meslet, membro do ACN.

O objetivo das negociações de Genebra é encontrar uma solução política ao conflito que deixou mais de 260.000 mortos na Síria desde 2011 e no qual vários países estrangeiros também participam.

As negociações, previstas para durar seis meses, se baseiam no mapa do caminho votado em dezembro no Conselho de Segurança da ONU, que prevê um cessar-fogo, um governo de transição em um período de seis meses e eleições em 18 meses.

O conflito sírio também obrigou milhares de pessoas a abandonar suas casas para se refugiar em países vizinhos ou tentar chegar à Europa.

A comunidade internacional também está muito preocupada pela presença na Síria de grupos jihadistas como o Estado Islâmico (EI).

A coalizão designou como negociador principal Mohamed Alluch, chefe do grupo rebelde pró-saudita Jaich al-Islam, muito criticado pela oposição interna na Síria e pela Rússia.

Outros dos pontos de discórdia é a participação nas negociações dos curdos, na linha de frente na luta contra os jihadistas do EI.

A Rússia considera que os curdos, até o momento excluídos da delegação negociadora da oposição, teriam que participar se as partes quiserem obter resultados.

Já a Turquia, contrária ao regime de Bashar al-Assad, se opõe à presença na mesa do PYD, o principal partido curdo sírio.

Por sua vez, a Rússia desmentiu na terça-feira que o presidente Vladimir Putin tivesse pedido para Assad abandonar o poder ou que tivesse oferecido asilo na Rússia. "Não é verdade", afirmou.

A ONU e os países ocidentais querem tentar evitar um novo fracasso diplomático como o das negociações do início de 2014, ao mesmo tempo em que seguem reforçando sua luta contra o EI na Síria e no Iraque.

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