Oposição síria diz que conversará com enviados russos em Genebra
Rússia vem procurando ressuscitar a diplomacia desde que sua Força Aérea ajudou o Exército sírio e milícias a derrotarem rebeldes em Aleppo em dezembro
Reuters
Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 11h57.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 12h08.
Genebra - O principal grupo de oposição participando das conversas de paz da Síria , em Genebra, planeja se reunir com enviados da Rússia ainda nesta segunda-feira para debater promessas que diz que Moscou não cumpriu, disse um de seus principais negociadores.
A Rússia vem procurando ressuscitar a diplomacia desde que sua Força Aérea ajudou o Exército sírio e milícias aliadas a derrotarem rebeldes em Aleppo em dezembro, a maior vitória do presidente sírio, Bashar al-Assad, em seis anos de guerra.
Apesar do cessar-fogo em vigor, um final de semana de bombardeios e ataques aéreos no país abalou as conversas, iniciadas em Genebra na semana passada.
"O Comitê de Altas Negociações irá se reunir hoje com a delegação do Ministério das Relações Exteriores", relatou o negociador Mohammed Alloush à Reuters quando indagado se pretende se encontrar com autoridades russas.
Ele disse que a oposição quer discutir "as promessas que eles não cumpriram".
Em janeiro, a Rússia se uniu à Turquia e ao Irã e convocou negociações na capital do Cazaquistão, Astana, para reforçar a frágil trégua que ajudou a abrir caminho para a nova rodada de conversas de paz patrocinadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade suíça.
O mediador da ONU, Staffan de Mistura, informou que um ataque militante realizado em Homs no sábado foi uma tentativa deliberada de acabar com as conversas, a primeira iniciativa encabeçada por sua entidade em 10 meses.
Desde então, os lados em conflito vêm se culpando um ao outro e não parecem mais próximos de uma verdadeira negociação.
"Os russos não cumpriram um acordo de cessar-fogo, apesar das promessas dos escalões mais altos da delegação russa", afirmou Alloush, membro do grupo rebelde Jaish al-Islam.
A Rússia e os Estados Unidos foram os principais indutores das últimas conversas de paz, que esfriaram à medida que a guerra se intensificou.