Oposição egípcia rejeita diálogo com presidente
Em um discurso ontem à noite, Mursi decretou estado de emergência nas províncias de Port Said, Suez e Ismailiya, após episódios de violência que resultaram na morte de 50 pessoas
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 13h58.
Cairo - A principal coalizão de oposição do Egito rejeitou nesta segunda-feira o apelo do presidente Mohamed Mursi a um diálogo nacional, considerando-o "sem sentido", e convocou manifestações em todo o país na próxima sexta-feira.
Em um discurso ontem à noite, Mursi decretou estado de emergência nas províncias de Port Said, Suez e Ismailiya, após episódios de violência que resultaram na morte de 50 pessoas. Ele também convocou os representantes políticos para um diálogo às 18h00 locais (14h00 no horário de Brasília) no palácio presidencial, no Cairo,
Paralelamente, governo aprovou um projeto de lei autorizando Mursi a pedir que o Exército participe do policiamento até o fim das eleições legislativas, nos próximos meses, e "sempre que o presidente da República pedir", indicou a agência de notícias estatal MENA.
O Senado egípcio acabou aprovando nesta segunda-feira a lei que permite ao exército "apoiar os serviços policiais na manutenção da ordem e a proteção das instalações vitais do Estado até o fim das eleições legislativas e cada vez que o peça o Conselho de Defesa Nacional", presidido por Mursi.
No Cairo, um homem foi morto em novos confrontos entre manifestantes e policiais, que continuam pelo quinto dia consecutivo, perto da Praça Tahrir.
"Nós não vamos participar de um diálogo sem sentido", afirmou em uma coletiva de imprensa, Mohamed El Baradei, principal líder da Frente de Salvação Nacional (FNS), formada por vários movimentos e partidos de esquerda e liberais.
A NFS exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias, que causou 47 mortes, e a formação de um governo de unidade nacional, indicou Hamdeen Sabbahi, outro líder da FNS, e terceiro candidato mais votado na eleição presidencial do ano passado.
A Frente convou em um comunicado "o povo a sair a todas as praças Tahrir no próximo 1º de fevereiro (...) para realizar os objetivos da revolução" e protestar contra a morte de dezenas de egípcios nos confrontos dos últimos dias.A oposição já havia ameaçado convocar novas manifestações e exigir uma eleição presidencial antecipada se essas condições não foram cumpridas.
Em três dias de violência, 46 pessoas foram mortas nas províncias onde o presidente declarou na noite de domingo estado de emergência e toque de recolher por 30 dias.
Os confrontos com maior número de vítimas ocorreram em Port Said, onde 37 pessoas morreram após o anúncio da pena de morte para 21 torcedores do clube de futebol local, Al-Masry, envolvidos na briga que deixou 74 mortos no ano passado.
A violência é um reflexo das profundas divisões no país, mas também da persistentes hostilidade de grande parte da população em relação à polícia, acusada de praticar violações sistemáticas e ferir os direitos humanos.
Os funerais das vítimas mortas na véspera reuniram centenas de pessoas nesta segunda-feira, de acordo com imagens da televisão estatal.
Mursi ameaçou tomar novas medidas caso a violência persista. Em desafio, os moradores de Port Said não respeitaram o toque de recolher e o estado de emergência em vigor protestando, segundo testemunhas.
É a pior onda de violência desde a eleição, em junho do ano passado, de Mursi, o primeiro presidente islâmico do Egito.
Cairo - A principal coalizão de oposição do Egito rejeitou nesta segunda-feira o apelo do presidente Mohamed Mursi a um diálogo nacional, considerando-o "sem sentido", e convocou manifestações em todo o país na próxima sexta-feira.
Em um discurso ontem à noite, Mursi decretou estado de emergência nas províncias de Port Said, Suez e Ismailiya, após episódios de violência que resultaram na morte de 50 pessoas. Ele também convocou os representantes políticos para um diálogo às 18h00 locais (14h00 no horário de Brasília) no palácio presidencial, no Cairo,
Paralelamente, governo aprovou um projeto de lei autorizando Mursi a pedir que o Exército participe do policiamento até o fim das eleições legislativas, nos próximos meses, e "sempre que o presidente da República pedir", indicou a agência de notícias estatal MENA.
O Senado egípcio acabou aprovando nesta segunda-feira a lei que permite ao exército "apoiar os serviços policiais na manutenção da ordem e a proteção das instalações vitais do Estado até o fim das eleições legislativas e cada vez que o peça o Conselho de Defesa Nacional", presidido por Mursi.
No Cairo, um homem foi morto em novos confrontos entre manifestantes e policiais, que continuam pelo quinto dia consecutivo, perto da Praça Tahrir.
"Nós não vamos participar de um diálogo sem sentido", afirmou em uma coletiva de imprensa, Mohamed El Baradei, principal líder da Frente de Salvação Nacional (FNS), formada por vários movimentos e partidos de esquerda e liberais.
A NFS exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias, que causou 47 mortes, e a formação de um governo de unidade nacional, indicou Hamdeen Sabbahi, outro líder da FNS, e terceiro candidato mais votado na eleição presidencial do ano passado.
A Frente convou em um comunicado "o povo a sair a todas as praças Tahrir no próximo 1º de fevereiro (...) para realizar os objetivos da revolução" e protestar contra a morte de dezenas de egípcios nos confrontos dos últimos dias.A oposição já havia ameaçado convocar novas manifestações e exigir uma eleição presidencial antecipada se essas condições não foram cumpridas.
Em três dias de violência, 46 pessoas foram mortas nas províncias onde o presidente declarou na noite de domingo estado de emergência e toque de recolher por 30 dias.
Os confrontos com maior número de vítimas ocorreram em Port Said, onde 37 pessoas morreram após o anúncio da pena de morte para 21 torcedores do clube de futebol local, Al-Masry, envolvidos na briga que deixou 74 mortos no ano passado.
A violência é um reflexo das profundas divisões no país, mas também da persistentes hostilidade de grande parte da população em relação à polícia, acusada de praticar violações sistemáticas e ferir os direitos humanos.
Os funerais das vítimas mortas na véspera reuniram centenas de pessoas nesta segunda-feira, de acordo com imagens da televisão estatal.
Mursi ameaçou tomar novas medidas caso a violência persista. Em desafio, os moradores de Port Said não respeitaram o toque de recolher e o estado de emergência em vigor protestando, segundo testemunhas.
É a pior onda de violência desde a eleição, em junho do ano passado, de Mursi, o primeiro presidente islâmico do Egito.