Oposição egípcia pede suspensão das relações diplomáticas com EUA
Diante da decisão dos EUA sobre Jerusalém, partidos também pediram que os egípcios saiam às ruas para mostrar sua solidariedade com o povo palestino
EFE
Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 10h22.
Cairo - Um total de 16 pequenos partidos opositores egípcios pediram nesta quinta-feira a suspensão das relações diplomáticas com os Estados Unidos pela decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e chamaram os egípcios a se manifestar de maneira pacífica hoje e amanhã.
"É necessário cortar as relações com os Estados Unidos ou qualquer país que transfira sua embaixada a Jerusalém ocupada, em resposta à vontade dos povos árabes e à legitimidade internacional", asseguraram estes partidos em comunicado divulgado nas redes sociais.
Os signatários, entre os quais estão a Aliança Popular Socialista, o Partido Al Dustur (Constituição), Tayar al Karama (Corrente da Dignidade) e Al Aish wa al Hurriya (O Pão e a Liberdade), também pediram o boicote aos produtos americanos e o cancelamento dos investimentos árabes nos EUA, assim como a suspensão dos acordos para a compra de armas.
Além disso, pediram que os egípcios saiam às ruas para mostrar sua solidariedade com o povo palestino.
"Solidariedade com os dias da ira palestina que começa hoje nos territórios ocupados através de todos os meios de protesto pacíficos (...) Chamamos o povo egípcio a fazer uso de seu direito legal e constitucional para expressar pacificamente sua ira e que responda às chamadas para se concentrar nas mesquitas e nas igrejas na sexta-feira", acrescentou a nota.
Os partidos também pediram que o Governo egípcio permita imediatamente a passagem através da fronteira com a Faixa de Gaza, que se abre unicamente de maneira esporádica, e que tome todas as medidas necessárias para "reduzir o sofrimento do povo palestino sob a ocupação".
Além disso, insistiram no direito dos palestinos a estabelecer um estado independente e pediram o desmantelamento das populações israelenses levantadas em território ocupado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu ontem reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir sua embaixada para essa cidade. Um passo que foi rejeitado pelos países de maioria árabe e islâmica e pela maior parte da comunidade internacional.