Oposição egípcia pede reunião com o presidente Mohamed Mursi
Líder opositor disse que é necessário tomar medidas urgentes para acabar com a violência e iniciar um diálogo sério com o governo egípcio
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2013 às 12h59.
Cairo - Os líderes da principal coalizão de oposição egípcia pediram nesta quarta-feira uma reunião de urgência com o governo, o que sugere um possível diálogo, enquanto o país continua mergulhado na crise marcada por uma nova onda de violência.
Duas novas mortes foram registradas em confrontos entre manifestantes e policiais perto de Praça Tahrir, no Cairo, elevando o número de vítimas da violência em todo o país a 54 desde quinta-feira à noite.
O presidente islâmico Mohamed Mursi, alvo da ira de muitos manifestantes, declarou estado de emergência e toque de recolher em três províncias ao longo do Canal de Suez, onde ocorreram os eventos mais violentos.
Desde a sua instauração, o toque de recolher foi sistematicamente violado em Port Said, Suez e Ismailiya.
Domingo à noite, Mursi já havia pedido um diálogo nacional, que foi rejeitado pela principal coalizão de oposição, a Frente de Salvação Nacional (FSN), que descreveu a iniciativa como "sem sentido" e "de fachada".
Mas o coordenador da FNS, Mohamed ElBaradei, mudou sua posição nesta quarta-feira e pediu uma reunião de urgência com o presidente, os ministros da Defesa e do Interior e o partido no poder (Partido da Liberdade e da Justiça, PJL).
"O fim da violência é a prioridade", ressaltou em um tweet, condicionando a sua participação a um "diálogo sério" e à garantias "da formação de um governo de salvação nacional e uma comissão para emendar a Constituição".
O ex-chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, outro líder da FSN, declarou em um comunicado que a "grave situação atual" obriga a aceitar um diálogo, mas no contexto das exigências da FNS, a fim de "parar o confronto e a violência".
Dirigentes da FNS vão se reunir à tarde com representantes do principal partido ultraconservador salafista, Al-Nour, que foi convidado a falar sobre a "deterioração da situação".
O Exército egípcio advertiu na terça-feira para o perigo de um "colapso do Estado", chamando "todas as forças políticas" a encontrar uma solução para os problemas "políticos, econômicos, sociais e de segurança".
"Estamos à procura de uma saída para esta crise, porque estamos muito preocupados", disse à AFP o porta-voz do partido Al-Dostour, de ElBaradei, Khaled Dawoud, um membro da FNS.
Dawood não foi capaz de dizer se a convocação da FNS para manifestações na sexta-feira contra o poder em todo o Egito foi mantida.
A Frente exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias e a formação de um governo de unidade nacional.
Também considera que a Constituição elaborada por uma comissão dominada por islâmicos e aprovada por referendo "não é válida", porque, segundo ela, não é representativa do povo egípcio e viola certos direitos civis.
Esta nova crise no Egito é a pior desde a eleição, em junho, de Mursi, o primeiro presidente civil islâmico do país.
Desde quinta-feira à noite, o país enfrenta episódios de violência, que já resultaram na morte de 54 pessoas, a grande maioria em Porto Said (nordeste). Os confrontos nesta cidade começaram no sábado, após a sentença de morte para 21 torcedores locais.
Desde a noite de terça-feira, os confrontos deixaram 52 feridos no Cairo, em Kafr al-Sheikh (delta do Nilo) e outras regiões, de acordo com o Ministério da Saúde.
O presidente Mursi viajou nesta quarta-feira para Berlim, onde se encontrará com a chanceler alemã, Angela Merkel. Sua visita, inicialmente prevista para dois dias, foi reduzida para algumas horas. A etapa de Paris deste mini-giro europeu, prevista para sexta-feira, foi adiada.
*Matéria atualizada às 14h
Cairo - Os líderes da principal coalizão de oposição egípcia pediram nesta quarta-feira uma reunião de urgência com o governo, o que sugere um possível diálogo, enquanto o país continua mergulhado na crise marcada por uma nova onda de violência.
Duas novas mortes foram registradas em confrontos entre manifestantes e policiais perto de Praça Tahrir, no Cairo, elevando o número de vítimas da violência em todo o país a 54 desde quinta-feira à noite.
O presidente islâmico Mohamed Mursi, alvo da ira de muitos manifestantes, declarou estado de emergência e toque de recolher em três províncias ao longo do Canal de Suez, onde ocorreram os eventos mais violentos.
Desde a sua instauração, o toque de recolher foi sistematicamente violado em Port Said, Suez e Ismailiya.
Domingo à noite, Mursi já havia pedido um diálogo nacional, que foi rejeitado pela principal coalizão de oposição, a Frente de Salvação Nacional (FSN), que descreveu a iniciativa como "sem sentido" e "de fachada".
Mas o coordenador da FNS, Mohamed ElBaradei, mudou sua posição nesta quarta-feira e pediu uma reunião de urgência com o presidente, os ministros da Defesa e do Interior e o partido no poder (Partido da Liberdade e da Justiça, PJL).
"O fim da violência é a prioridade", ressaltou em um tweet, condicionando a sua participação a um "diálogo sério" e à garantias "da formação de um governo de salvação nacional e uma comissão para emendar a Constituição".
O ex-chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, outro líder da FSN, declarou em um comunicado que a "grave situação atual" obriga a aceitar um diálogo, mas no contexto das exigências da FNS, a fim de "parar o confronto e a violência".
Dirigentes da FNS vão se reunir à tarde com representantes do principal partido ultraconservador salafista, Al-Nour, que foi convidado a falar sobre a "deterioração da situação".
O Exército egípcio advertiu na terça-feira para o perigo de um "colapso do Estado", chamando "todas as forças políticas" a encontrar uma solução para os problemas "políticos, econômicos, sociais e de segurança".
"Estamos à procura de uma saída para esta crise, porque estamos muito preocupados", disse à AFP o porta-voz do partido Al-Dostour, de ElBaradei, Khaled Dawoud, um membro da FNS.
Dawood não foi capaz de dizer se a convocação da FNS para manifestações na sexta-feira contra o poder em todo o Egito foi mantida.
A Frente exige que Mursi assuma a responsabilidade pela violência dos últimos dias e a formação de um governo de unidade nacional.
Também considera que a Constituição elaborada por uma comissão dominada por islâmicos e aprovada por referendo "não é válida", porque, segundo ela, não é representativa do povo egípcio e viola certos direitos civis.
Esta nova crise no Egito é a pior desde a eleição, em junho, de Mursi, o primeiro presidente civil islâmico do país.
Desde quinta-feira à noite, o país enfrenta episódios de violência, que já resultaram na morte de 54 pessoas, a grande maioria em Porto Said (nordeste). Os confrontos nesta cidade começaram no sábado, após a sentença de morte para 21 torcedores locais.
Desde a noite de terça-feira, os confrontos deixaram 52 feridos no Cairo, em Kafr al-Sheikh (delta do Nilo) e outras regiões, de acordo com o Ministério da Saúde.
O presidente Mursi viajou nesta quarta-feira para Berlim, onde se encontrará com a chanceler alemã, Angela Merkel. Sua visita, inicialmente prevista para dois dias, foi reduzida para algumas horas. A etapa de Paris deste mini-giro europeu, prevista para sexta-feira, foi adiada.
*Matéria atualizada às 14h