ONU envia ajuda humanitária a fugitivos da guerra no Iraque
Centenas de milhares fugiram de casa desde que confrontos provocados por militantes do Estado Islâmico varreram grande parte do norte e oeste do Iraque em junho
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 10h19.
Genebra - A agência humanitária da ONU disse nesta terça-feira que vai lançar uma grande operação de ajuda humanitária para enviar suprimentos a mais de meio milhão de pessoas deslocadas pelo conflito no norte do Iraque .
Centenas de milhares fugiram de suas casas desde que os confrontos provocados por militantes do grupo Estado Islâmico varreram grande parte do norte e oeste do Iraque em junho, representando uma ameaça de fragmentação do país.
Um carregamento aéreo com barracas e outros suprimentos vai ser enviado por quatro dias, começando na quarta-feira, a Erbil, no Curdistão iraquiano, a partir de Aqaba, na Jordânia.
Em seguida, serão enviados comboios terrestres a partir da Turquia e Jordânia, assim como o envio de suprimentos por mar, a partir de Dubai, através do Irã pelos próximos 10 dias, disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Adrian Edwards.
"Esse é um esforço de ajuda muito, muito significativo e certamente um dos maiores de que consigo me lembrar em bastante tempo", disse ele em uma coletiva de imprensa em Genebra.
"Essa é uma grande crise humanitária e um desastre", afirmou.
O Acnur estima que um total de 1,2 milhão de pessoas deixaram suas casas por todo o Iraque neste ano.
Cerca de 200 mil pessoas se instalaram na região do Curdistão iraquiano em agosto, quando a cidade de Sinjar e áreas vizinhas foram invadidas pelo Estado Islâmico, de acordo com o Acnur.
Ao menos 11 mil pessoas da minoria yazidi se refugiaram na vizinha Síria, país assolado pela guerra civil, e cerca de 300 estão cruzando a fronteira todos os dias em Peshkabour, segundo o Acnur.
"O fato de você ver pessoas fugindo através da Síria em busca de segurança demonstra muito bem o quão desesperadora é a situação, particularmente em Sinjar nos últimos dias", disse Edwards.