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ONG questiona versão da promotoria sobre massacre de jovens

O relato fornecido pela promotoria mexicana sobre o massacre de 43 estudantes por narcotraficantes, provoca "muitas dúvidas", segundo a Human Rights Watch

Pais de estudantes desaparecidos no México protestam (Alfredo Estrella/AFP)
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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 23h03.

O relato fornecido pela promotoria mexicana na terça-feira sobre o massacre de 43 estudantes por narcotraficantes, provoca "muitas dúvidas fundadas", declarou nesta quarta-feira o diretor da ONG Human Rights Watch (HRW) para as Américas, José Miguel Vivanco.

Para a HRW, as conclusões da investigação oficial geram "muito ceticismo e muitas dúvidas fundadas" porque se baseiam em "confissões, hipóteses e extrapolando os resultados da perícia", ressaltou Vivanco à emissora MVS Radio.

"Dados os enormes índices de violência e corrupção no México, lamentavelmente não é inverossímil o relato do (promotor Jesús) Murillo Karam. Contudo, é difícil acreditar em suas palavras", ressaltou.

Na terça-feira, Murillo Karam anunciou que já há a "certeza legal" de que os 43 estudantes desaparecidos em setembro passado em Guerrero (sul) foram assassinados por pistoleiros do cartel Guerreros Unidos após serem atacados por policiais corruptor da cidade de Iguala.

Com base nos depoimentos da quase centena de detidos, os elementos materiais e as perícias, o promotor assegurou que a "verdade histórica" é o "os estudantes foram privados da liberdade, privados da vida, incinerados e jogados no rio San Juan, nesta ordem".

Até o momento, apenas um dos estudantes foi identificado mediante uma análise de DNA realizada por um laboratório austríaco.

"Sabemos que no México confissões são arrancadas em troca de prêmios, por meio de torturas, irregularidades e pressões", declarou Vivanco ao questionar a credibilidade das declarações dos pistoleiros que admitiram participação no crime.

O que foi apresentado pelo promotor "não é uma verdade histórica, é uma versão oficial do ocorrido", afirmou o diretor da HRW, considerando que as conclusões perdem força "sem o respaldo ou opinião de organizações independentes, como os peritos argentinos que colaboraram à pedido das famílias e os especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

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O relato fornecido pela promotoria mexicana na terça-feira sobre o massacre de 43 estudantes por narcotraficantes, provoca "muitas dúvidas fundadas", declarou nesta quarta-feira o diretor da ONG Human Rights Watch (HRW) para as Américas, José Miguel Vivanco.

Para a HRW, as conclusões da investigação oficial geram "muito ceticismo e muitas dúvidas fundadas" porque se baseiam em "confissões, hipóteses e extrapolando os resultados da perícia", ressaltou Vivanco à emissora MVS Radio.

"Dados os enormes índices de violência e corrupção no México, lamentavelmente não é inverossímil o relato do (promotor Jesús) Murillo Karam. Contudo, é difícil acreditar em suas palavras", ressaltou.

Na terça-feira, Murillo Karam anunciou que já há a "certeza legal" de que os 43 estudantes desaparecidos em setembro passado em Guerrero (sul) foram assassinados por pistoleiros do cartel Guerreros Unidos após serem atacados por policiais corruptor da cidade de Iguala.

Com base nos depoimentos da quase centena de detidos, os elementos materiais e as perícias, o promotor assegurou que a "verdade histórica" é o "os estudantes foram privados da liberdade, privados da vida, incinerados e jogados no rio San Juan, nesta ordem".

Até o momento, apenas um dos estudantes foi identificado mediante uma análise de DNA realizada por um laboratório austríaco.

"Sabemos que no México confissões são arrancadas em troca de prêmios, por meio de torturas, irregularidades e pressões", declarou Vivanco ao questionar a credibilidade das declarações dos pistoleiros que admitiram participação no crime.

O que foi apresentado pelo promotor "não é uma verdade histórica, é uma versão oficial do ocorrido", afirmou o diretor da HRW, considerando que as conclusões perdem força "sem o respaldo ou opinião de organizações independentes, como os peritos argentinos que colaboraram à pedido das famílias e os especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

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