ONG critica Cameron por ameaça à imprensa no caso Snowden
Associação que representa 18 mil publicações advertiu ao governo britânico que sua atuação no caso Snowden poderia "ameaçar a liberdade de imprensa"
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 12h44.
Londres - A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA na sigla em inglês) advertiu ao governo de David Cameron que sua atuação no caso Snowden poderia "ameaçar a liberdade de imprensa " e pediu que reafirme seu compromisso com uma imprensa independente, informa nesta segunda-feira "The Guardian".
Em carta ao chefe do Executivo do Reino Unido , a WAN-IFRA lamenta que as tentativas do "premier" de destruir informação secreta sobre as operações de espionagem dos Estados Unidos e do Reino Unido divulgados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden sejam "um ato de intimidação" que põe em risco a liberdade de imprensa mundial.
A carta, assinada pelo presidente da associação, Tomas Brunegard, e pelo presidente do Fórum Mundial de Editores, Erik Bjerager, é uma reação à resposta "profundamente lamentável" dada por Londres diante das revelações de Snowden, asilado temporariamente na Rússia após expor a espionagem global do governo americano.
A associação, que representa 18 mil publicações de 3 mil empresas, condenou os funcionários do governo de Cameron por ter destruído há um mês alguns discos rígidos com informação secreta divulgada por Snowden nos porões do jornal britânico "The Guardian".
"É profundamente lamentável que seu governo tenha tido a necessidade de ameaçar com medidas legais para evitar que fossem divulgados temas de interesse público", disse a organização.
A WAN-IFRA manifestou sua "inquietação" pelo fato de que as ações do governo britânico representam um "ato de intimidação que poderia ter um efeito apavorante na liberdade de imprensa no Reino Unido e fora".
Na carta, a organização se refere ainda à controversa detenção no domingo passado do brasileiro David Miranda, namorado do jornalista Glenn Greenwald do "Guardian" que divulgou as revelações de Edward Snowden.
Miranda foi retido durante nove horas em virtude da legislação antiterrorista britânica no aeroporto de Heathrow, quando fazia escala entre Berlim e o Rio de Janeiro. A detenção gerou um impasse diplomático com o Brasil e várias queixas de políticos e jornalistas.
Por sua vez, a polícia britânica defendeu o tempo todo a legalidade da detenção de Miranda, da qual o Executivo de Cameron sabia antecipadamente.
A WAN-IFRA descreveu a detenção como "escandalosa e profundamente alarmante" e afirmou que "o aparente mau uso dessa ferramenta particular da legislação antiterrorista coloca os jornalistas e os que ajudam no trabalho jornalístico, sob a suspeita de ser terroristas ou estarem envolvidos em atividades terroristas".
A organização também pede a Cameron que "reafirme o compromisso do Reino Unido com uma imprensa livre e independente".
"Pedimos para o governo britânico respeitar os direitos dos jornalistas a proteger suas fontes e criar as condições necessárias para garantir que a imprensa pode continuar seu papel crucial de manter sociedades livres e justas, sem interferência do governo ou intimidação", acrescenta a carta.
Londres - A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA na sigla em inglês) advertiu ao governo de David Cameron que sua atuação no caso Snowden poderia "ameaçar a liberdade de imprensa " e pediu que reafirme seu compromisso com uma imprensa independente, informa nesta segunda-feira "The Guardian".
Em carta ao chefe do Executivo do Reino Unido , a WAN-IFRA lamenta que as tentativas do "premier" de destruir informação secreta sobre as operações de espionagem dos Estados Unidos e do Reino Unido divulgados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden sejam "um ato de intimidação" que põe em risco a liberdade de imprensa mundial.
A carta, assinada pelo presidente da associação, Tomas Brunegard, e pelo presidente do Fórum Mundial de Editores, Erik Bjerager, é uma reação à resposta "profundamente lamentável" dada por Londres diante das revelações de Snowden, asilado temporariamente na Rússia após expor a espionagem global do governo americano.
A associação, que representa 18 mil publicações de 3 mil empresas, condenou os funcionários do governo de Cameron por ter destruído há um mês alguns discos rígidos com informação secreta divulgada por Snowden nos porões do jornal britânico "The Guardian".
"É profundamente lamentável que seu governo tenha tido a necessidade de ameaçar com medidas legais para evitar que fossem divulgados temas de interesse público", disse a organização.
A WAN-IFRA manifestou sua "inquietação" pelo fato de que as ações do governo britânico representam um "ato de intimidação que poderia ter um efeito apavorante na liberdade de imprensa no Reino Unido e fora".
Na carta, a organização se refere ainda à controversa detenção no domingo passado do brasileiro David Miranda, namorado do jornalista Glenn Greenwald do "Guardian" que divulgou as revelações de Edward Snowden.
Miranda foi retido durante nove horas em virtude da legislação antiterrorista britânica no aeroporto de Heathrow, quando fazia escala entre Berlim e o Rio de Janeiro. A detenção gerou um impasse diplomático com o Brasil e várias queixas de políticos e jornalistas.
Por sua vez, a polícia britânica defendeu o tempo todo a legalidade da detenção de Miranda, da qual o Executivo de Cameron sabia antecipadamente.
A WAN-IFRA descreveu a detenção como "escandalosa e profundamente alarmante" e afirmou que "o aparente mau uso dessa ferramenta particular da legislação antiterrorista coloca os jornalistas e os que ajudam no trabalho jornalístico, sob a suspeita de ser terroristas ou estarem envolvidos em atividades terroristas".
A organização também pede a Cameron que "reafirme o compromisso do Reino Unido com uma imprensa livre e independente".
"Pedimos para o governo britânico respeitar os direitos dos jornalistas a proteger suas fontes e criar as condições necessárias para garantir que a imprensa pode continuar seu papel crucial de manter sociedades livres e justas, sem interferência do governo ou intimidação", acrescenta a carta.