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Onda de ataques no Iraque mata 27 pessoas

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques

Iraquianos observam o local de uma explosão em 16 de janeiro em Kirkuk: ali, dois carros bombas mataram ao menos 16 pessoas e feriram outras 190 (Marwan Ibrahim/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 09h45.

Bagdá - Uma onda de ataques em Bagdá e no norte da capital nesta quarta-feira deixou ao pelo menos 27 mortos, um dia após um deputado sunita ter sido morto em um atentado suicida, em meio a um agravamento da crise política em que o Iraque está mergulhado.

O episódio mais recente de violência, o mais fatal e que teve como alvo os escritórios do partido político curdo em um território disputado no norte do Iraque, aconteceu junto com os inúmeros protestos que o Primeiro-Ministro Nuri al-Maliki vem enfrentando por parte da oposição contrária ao seu governo.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques que também deixaram mais de 220 pessoas feridas. Os militantes sunitas realizam com frequência violências em uma tentativa de desestabilizar o governo e levar ao país de volta a um conflito sectário que o deixou em ruínas entre 2005 e 2008.

Os ataques desta quarta atingiram a cidade de Kirkuk, etnicamente mista e situada a 240 km ao norte de Bagdá, onde dois carros bombas mataram ao menos 16 pessoas e feriram outras 190, de acordo com o chefe dos serviços sanitários da região, Sadiq Omar Rasul.

"Ambas as explosões causaram uma destruição em massa. Nossas forças estão ainda tentado remover os cadáveres dos escombros do primeiro ataque", disse o chefe da polícia, general Sarhad Qader.

A primeira explosão foi detonada por um suicida e teria como alvo um conjunto de casas e escritórios locais do Partido Democrático do Curdistão (KDP), do presidente regional curdo Massud Barzani.

Um segundo carro bomba, que estacionou no acostamento da estrada próxima ao local da primeira detonação, tinha aparentemente como alvo um oficial do KDP.


Qader disse ainda que seis membros das forças de segurança iraquiana foram mortos e outros dez feridos nas duas explosões.

Outro carro-bomba na cidade de Tuz Khurmatu, também ao norte de Bagdá, matou quatro pessoas e feriu outras 30. O ataque ocorreu próximo aos escritórios da União Patriótica do Curdistão, do presidente iraquiano Jalal Talabani.

Tanto Kirkuk como Tuz Khurmatu estão situadas em uma porção do território, ao norte do Iraque, disputada por curdos que reivindicam incorporar à sua região autônoma contra os desejos do governo central em Bagdá.

A disputa é vista por diplomatas e autoridades como a maior ameaça em longo prazo para uma futura estabilidade no Iraque.

Em Bagdá, três ataques separados deixaram cinco pessoas mortas, anunciaram as autoridades, enquanto bombardeios em Baiji e Tikrit, ambas no norte de Bagdá, mataram dois e feriram outros seis.

Os ataques desta quarta-feira totalizam o maior número de mortos registrados este ano no país, segundo cálculos feitos pela AFP.

Os recentes ataques ocorreram um dia após a morte do deputado sunita membro do Parlamento iraquiano em um atentado a bomba na zona oeste de Bagdá. Seu funeral reuniu centenas de pessoas nas aforas da cidade de Fallujah, predominantemente sunita.


O caixão foi coberto pela bandeira iraquiana e transportado em cima de um veículo SUV, parte de um comboio de dezenas de carros.

Enquanto a procissão seguia para o cemitério, uma pessoa foi ferida em outra bomba apesar do grande aparato de segurança no local.

O deputado era dirigente do Sahwa, uma reunião de milícias tribais sunitas que se revoltaram contra a Al-Qaeda e foram para o lado dos militares americanos em 2006, ajudando a virar a maré da insurgência iraquiana.

Os combatentes de Sahwa são, com frequência, alvo de ataques por militantes sunitas que os vêem como traidores.

A violência decorre em um contexto de crise política que tem colocado Nuri al-Maliki contra muitos ministros apenas alguns meses antes de importantes eleições provinciais.

A oposição xiita contra o primeiro-ministro endureceu em manifestações antigoverno de maioria sunita árabe, realizadas nas últimas semanas, e apoiadas por inúmeros partidos membros do gabinete de Maliki.

A crise ocorre faltando quase três meses para a realização das eleições provinciais, um termômetro para medir o apoio a Maliki e seus oponentes para uma futura eleição geral no próximo ano.

A violência diminuiu no Iraque nos últimos meses, no entanto, os ataques permanecem frequentes, especialmente em Bagdá, Kirkuk e Tuz Khurmatu.

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Bagdá - Uma onda de ataques em Bagdá e no norte da capital nesta quarta-feira deixou ao pelo menos 27 mortos, um dia após um deputado sunita ter sido morto em um atentado suicida, em meio a um agravamento da crise política em que o Iraque está mergulhado.

O episódio mais recente de violência, o mais fatal e que teve como alvo os escritórios do partido político curdo em um território disputado no norte do Iraque, aconteceu junto com os inúmeros protestos que o Primeiro-Ministro Nuri al-Maliki vem enfrentando por parte da oposição contrária ao seu governo.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques que também deixaram mais de 220 pessoas feridas. Os militantes sunitas realizam com frequência violências em uma tentativa de desestabilizar o governo e levar ao país de volta a um conflito sectário que o deixou em ruínas entre 2005 e 2008.

Os ataques desta quarta atingiram a cidade de Kirkuk, etnicamente mista e situada a 240 km ao norte de Bagdá, onde dois carros bombas mataram ao menos 16 pessoas e feriram outras 190, de acordo com o chefe dos serviços sanitários da região, Sadiq Omar Rasul.

"Ambas as explosões causaram uma destruição em massa. Nossas forças estão ainda tentado remover os cadáveres dos escombros do primeiro ataque", disse o chefe da polícia, general Sarhad Qader.

A primeira explosão foi detonada por um suicida e teria como alvo um conjunto de casas e escritórios locais do Partido Democrático do Curdistão (KDP), do presidente regional curdo Massud Barzani.

Um segundo carro bomba, que estacionou no acostamento da estrada próxima ao local da primeira detonação, tinha aparentemente como alvo um oficial do KDP.


Qader disse ainda que seis membros das forças de segurança iraquiana foram mortos e outros dez feridos nas duas explosões.

Outro carro-bomba na cidade de Tuz Khurmatu, também ao norte de Bagdá, matou quatro pessoas e feriu outras 30. O ataque ocorreu próximo aos escritórios da União Patriótica do Curdistão, do presidente iraquiano Jalal Talabani.

Tanto Kirkuk como Tuz Khurmatu estão situadas em uma porção do território, ao norte do Iraque, disputada por curdos que reivindicam incorporar à sua região autônoma contra os desejos do governo central em Bagdá.

A disputa é vista por diplomatas e autoridades como a maior ameaça em longo prazo para uma futura estabilidade no Iraque.

Em Bagdá, três ataques separados deixaram cinco pessoas mortas, anunciaram as autoridades, enquanto bombardeios em Baiji e Tikrit, ambas no norte de Bagdá, mataram dois e feriram outros seis.

Os ataques desta quarta-feira totalizam o maior número de mortos registrados este ano no país, segundo cálculos feitos pela AFP.

Os recentes ataques ocorreram um dia após a morte do deputado sunita membro do Parlamento iraquiano em um atentado a bomba na zona oeste de Bagdá. Seu funeral reuniu centenas de pessoas nas aforas da cidade de Fallujah, predominantemente sunita.


O caixão foi coberto pela bandeira iraquiana e transportado em cima de um veículo SUV, parte de um comboio de dezenas de carros.

Enquanto a procissão seguia para o cemitério, uma pessoa foi ferida em outra bomba apesar do grande aparato de segurança no local.

O deputado era dirigente do Sahwa, uma reunião de milícias tribais sunitas que se revoltaram contra a Al-Qaeda e foram para o lado dos militares americanos em 2006, ajudando a virar a maré da insurgência iraquiana.

Os combatentes de Sahwa são, com frequência, alvo de ataques por militantes sunitas que os vêem como traidores.

A violência decorre em um contexto de crise política que tem colocado Nuri al-Maliki contra muitos ministros apenas alguns meses antes de importantes eleições provinciais.

A oposição xiita contra o primeiro-ministro endureceu em manifestações antigoverno de maioria sunita árabe, realizadas nas últimas semanas, e apoiadas por inúmeros partidos membros do gabinete de Maliki.

A crise ocorre faltando quase três meses para a realização das eleições provinciais, um termômetro para medir o apoio a Maliki e seus oponentes para uma futura eleição geral no próximo ano.

A violência diminuiu no Iraque nos últimos meses, no entanto, os ataques permanecem frequentes, especialmente em Bagdá, Kirkuk e Tuz Khurmatu.

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