OMS lança 1ª diretriz para quem pretende parar de fumar; veja as recomendações
Organização afirma que os métodos são aplicáveis tanto ao cigarro convencional quanto aos cigarros eletrônicos, narguilés, charutos, entre outros
Repórter da Home
Publicado em 2 de julho de 2024 às 16h22.
Última atualização em 2 de julho de 2024 às 19h45.
Nesta terça-feira, 2, a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) lançou sua primeira diretriz de tratamento clínico voltada para pessoas que desejam parar de fumar. O documento reúne intervenções consideradas eficazes contra o tabagismo, incluindo medicamentos e abordagens comportamentais.
De acordo com a OMS, o documento é direcionado aos consumidores de diversos tipos de tabaco ao redor do mundo que buscam interromper o uso. As recomendações são aplicáveis tanto ao cigarro convencional quanto aos cigarros eletrônicos, tabaco artesanal, narguilés, charutos, entre outros.
Em um estudo, a entidade estima que 60% dos 1,25 bilhão de consumidores de tabaco no mundo (750 milhões) desejam abandonar o hábito, mas que 70% dessas pessoas não têm acesso a serviços eficazes para interromper o consumo.
Em um comunicado, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declara que a diretriz representa um importante passo no enfrentamento global contra o uso de produtos nocivos à saúde.
"A diretriz capacita os países com as ferramentas essenciais para apoiar efetivamente os indivíduos a parar de fumar e aliviar a carga global de doenças relacionadas ao tabaco".
Já o diretor de Promoção da Saúde da OMS, Rüdiger Krech, reforça: "A imensa luta que as pessoas enfrentam quando tentam parar de fumar não pode ser exagerada. Precisamos valorizar profundamente a força que é necessária e o sofrimento suportado pelos indivíduos e seus entes queridos para superar esse vício".
Quais as recomendações para quem quer parar de fumar?
A nova diretriz da OMS explica que a combinação de medicamentos com intervenções comportamentais é a melhor forma de cessar o tabagismo. Além do esforço individual por parte do consumidor, os governos de cada nação devem adotar medidas para que os métodos sejam acessíveis para a população, como a oferta desses serviços gratuitamente ou a preços reduzidos, especialmente em regiões de baixa renda.
Entre as alternativas farmacológicas recomendadas pela organização estão a Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), que inclui adesivos, pastilhas e gomas de nicotina, além dos medicamentos bupropiona, vareniclina e cistina.
Em relação às intervenções comportamentais, a OMS sugere a oferta de aconselhamento por profissionais de saúde (30 segundos a 3 minutos) de forma rotineira em ambientes de assistência médica. Também seria necessário um suporte comportamental mais intensivo (aconselhamento individual, em grupo ou por telefone) para os usuários interessados.
Por fim, a organização recomenda o uso de intervenções digitais, como mensagens de texto, aplicativos para smartphones e programas online, que podem servir como complementos ou ferramentas de autogerenciamento. Confira a íntegra do documento .
No Brasil
Por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente acesso à Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) e à bupropiona, medicamento bastante utilizado para o tratamento do tabagismo. As unidades de saúde também disponibilizam aos interessados uma terapia cognitivo-comportamental.
Hoje, no Brasil, 9,3% dos brasileiros com mais de 18 anos são fumantes, segundo a edição de 2023 do levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde.