A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou nesta terça-feira, 1, o uso emergencial da Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. É o segundo imunizante desenvolvido na China aprovado pelo órgão internacional.
Com a aprovação, o imunizante pode fazer parte do consórcio Covax, que leva vacinas para países que têm menos recursos para competir no acirrado mercado de compra de imunizantes. O Brasil já recebeu uma parte das 42 milhões de doses que tem direito via consórcio.
A autorização também abre a possibilidade de brasileiros imunizados com a Coronavac serem aceitos em locais adeptos ao "passaporte de vacinação", como países da União Europeia.
A OMS afirmou que a vacina "atende aos padrões internacionais de segurança, eficácia e de fabricação", e que o armazenamento fácil do imunizante torna ele "adequado para cenários de poucos recursos". O órgão internacional recomendou o uso da Coronavac para adultos de 18 anos ou mais, em um esquema de duas doses com intervalo de duas a quatro semanas entre cada uma.
Além do imunizante da Sinovac, a OMS já deu aprovação para uso de emergência das vacinas contra a covid-19 desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sinopharm e Moderna.
Segundo o Ministério da Saúde, há 662 milhões de doses para serem distribuídas até o fim de 2021. Até o fim de maio, o governo federal já distribuiu quase 90 milhões de doses.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 31, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, mostrou otimismo para a aprovação do imunizante. Segundo ele, os dados foram enviados para a OMS antes da divulgação do estudo em Serrana (SP), que registrou queda de 95% nas mortes por covid-19 após vacinar 75% da população com Coronavac.
O tema da eficácia da Coronavac vem gerando debates e desinformação sobre o imunizante. O estudo em Serrana fortalece a informação divulgada por órgãos como a Anvisa e o Instituto Butantan, que afirmam que o imunizante é eficaz no combate ao coronavírus e na redução de casos e mortalidade.
Recentemente, uma pesquisas preliminar, ainda não revisada por pares, indicou que a eficácia da Coronavac cai conforme a idade e varia de 61,8% a 28% a partir dos 70 anos, o que pode significar uma possível dose de reforço para idosos no futuro, como a vacina da gripe.
Outra pesquisa realizada no Uruguai indica que a Coronavac reduz 97% as chances de mortalidade, em comparação com 80% da Pfizer, e tem eficácia geral de 95%. O estudo esclarece, porém, que os números também são preliminares e "devem ser interpretados com cautela, pois não levam em consideração a idade das pessoas, suas comorbidades e grupos de alta exposição", como funcionários da saúde. Esses ajustes estatísticos serão comunicados em relatórios futuros.
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