Ofensiva militar na Síria em meio a denúncias americanas de crise humanitária
Exército sírio entrou na cidade de Jisr al Shughur onde violentos confrontos com grupos armados foram registrados
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2011 às 14h02.
Damasco - O exército sírio entrou neste domingo na cidade de Jisr al Shughur (província de Idleb, noroeste) onde foram registrados violentos confrontos com grupos armados, segundo o regime, que foi acusado por Washington de provocar uma crise humanitária com sua violenta repressão. Apesar dos protestos e sanções internacionais, o regime do presidente Bashar Al Assad, que assegura estar combatendo "grupos armados", continua disposto a acabar de forma sangrenta com a revolta iniciada há três meses.
O exército entrou em Jisr al Shughur depois de desativar os explosivos e cargas de dinamite colocados pelos grupos armados nas pontes e ruas, segundo a tv estatal. "Dois homens armados morreram e um grande número de pessoas foi presa", afirmou ainda a fonte.
Um militante dos direitos humanos informou, por sua vez, que a cidade é palco de intensos bombardeios. Segundo a fonte, há pelo menos 200 tanques rodando pela cidade.
Nos últimos dias, a repressão tem sido particularmente violenta em Idleb, a 330 km de Damasco. A onda de violência assola a Síria três meses após o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al Assad.
Enquanto os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegam a um acordo sobre uma resolução que condene a repressão, os Estados Unidos exigiram que "cessem imediatamente a violência e brutalidade".
Na sexta-feira, numa violenta repressão em Maaret al Numan, nos arredores de Jisr al Shugur, os militares mataram cerca de dez civis ao disparar contra dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com ativistas e testemunhas.
A TV estatal acusou "grupos terroristas armados" por um ataque ao quartel das forças de segurança de Maaret Al Numan e de ter ateado fogo a plantações ao redor de Jisr al Shugur. No entanto, testemunhas garantem que foram os soldados quem incendiaram os campos de trigo da região.
Neste sábado, o exército sírio chegou à cidade de Jisr al Shugur, na província de Idleb. O regime havia anunciado na véspera uma operação militar "a pedido dos habitantes".
Nesta cidade de cerca de 50 mil habitantes, "todo mundo foi embora, não restou nada", afirmou Abu Talal, um camponês de 45 anos que mora em uma deserta colina com sua família.
Em apoio a Jisr Al Shugur, dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira em todo o país, numa convocação dos militantes pró-democracia.
De acordo com ativistas dos direitos humanos, vinte e cinco pessoas morreram pelos militares que repreendiam esses movimentos.
Devido às restrições impostas pelo regime, os jornalistas não podem transitar livremente pelo país e as informações recebidas por fontes independentes nunca são confirmadas pelo Governo.
Vários desertores do Exército, refugiados na fronteira turca, relataram a brutal repressão exercida por suas unidades contra os movimentos de protesto. Eles também falaram do medo de alguns soldados, ameaçados de morte caso deixem as Forças Armadas.
Desde 15 de março, a repressão já deixou na Síria mais de 1,2 mortos, dez mil presos e a fuga de outros milhares.
Apenas na madrugada deste domingo, cerca de 400 sírios cruzaram a fronteira turca e agora chega a 5.051 o número de refugiados provenientes da Síria e instalados em acampamentos no sul da Turquia, informou a agência de notícias Anatolia.
Os atuais três acampamentos estão instalados na localidade de Yayladagi, mas a organização Crescente Vermelho já começou a montar outros dois em Altinozu e Boynuyogun, com capacidade para 4.000 e 5.000 pessoas, respectivamente.
A maioria dos sírios fugiu da cidade de Jisr al Shughur, 40 km da fronteira turca, onde as forças de segurança sírias lançaram uma grande operação.
Na véspera, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou sua "profunda tristeza e preocupação" pela situação na Síria.
"Estou muito triste e muito preocupado com o que está ocorrendo na Síria. Fiz muitas declarações e falei com o presidente (Bashar al Assad) muitas vezes, pessoalmente, para dizer a ele que deve tomar ações imediatas e decisivas e escutar seu povo e atender suas necessidades", disse Ban.
"Sinto-me muito triste pelo fato de tanta gente ter morrido", completou na coletiva de imprensa na qual estava acompanhado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Na sexta-feira, o secretário-geral da ONU condenou o uso da força militar contra os manifestantes na Síria, que qualificou de "inaceitável", segundo seu porta-voz, Martin Nesirky, em Nova York.
Ban tinha se referido particularmente a uma nova operação no povoado de Jisr al Shughur, onde ao menos 25 pessoas foram mortos pelas forças de segurança sírias nos protestos que se ampliam por todo o país.
Damasco - O exército sírio entrou neste domingo na cidade de Jisr al Shughur (província de Idleb, noroeste) onde foram registrados violentos confrontos com grupos armados, segundo o regime, que foi acusado por Washington de provocar uma crise humanitária com sua violenta repressão. Apesar dos protestos e sanções internacionais, o regime do presidente Bashar Al Assad, que assegura estar combatendo "grupos armados", continua disposto a acabar de forma sangrenta com a revolta iniciada há três meses.
O exército entrou em Jisr al Shughur depois de desativar os explosivos e cargas de dinamite colocados pelos grupos armados nas pontes e ruas, segundo a tv estatal. "Dois homens armados morreram e um grande número de pessoas foi presa", afirmou ainda a fonte.
Um militante dos direitos humanos informou, por sua vez, que a cidade é palco de intensos bombardeios. Segundo a fonte, há pelo menos 200 tanques rodando pela cidade.
Nos últimos dias, a repressão tem sido particularmente violenta em Idleb, a 330 km de Damasco. A onda de violência assola a Síria três meses após o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al Assad.
Enquanto os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegam a um acordo sobre uma resolução que condene a repressão, os Estados Unidos exigiram que "cessem imediatamente a violência e brutalidade".
Na sexta-feira, numa violenta repressão em Maaret al Numan, nos arredores de Jisr al Shugur, os militares mataram cerca de dez civis ao disparar contra dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com ativistas e testemunhas.
A TV estatal acusou "grupos terroristas armados" por um ataque ao quartel das forças de segurança de Maaret Al Numan e de ter ateado fogo a plantações ao redor de Jisr al Shugur. No entanto, testemunhas garantem que foram os soldados quem incendiaram os campos de trigo da região.
Neste sábado, o exército sírio chegou à cidade de Jisr al Shugur, na província de Idleb. O regime havia anunciado na véspera uma operação militar "a pedido dos habitantes".
Nesta cidade de cerca de 50 mil habitantes, "todo mundo foi embora, não restou nada", afirmou Abu Talal, um camponês de 45 anos que mora em uma deserta colina com sua família.
Em apoio a Jisr Al Shugur, dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira em todo o país, numa convocação dos militantes pró-democracia.
De acordo com ativistas dos direitos humanos, vinte e cinco pessoas morreram pelos militares que repreendiam esses movimentos.
Devido às restrições impostas pelo regime, os jornalistas não podem transitar livremente pelo país e as informações recebidas por fontes independentes nunca são confirmadas pelo Governo.
Vários desertores do Exército, refugiados na fronteira turca, relataram a brutal repressão exercida por suas unidades contra os movimentos de protesto. Eles também falaram do medo de alguns soldados, ameaçados de morte caso deixem as Forças Armadas.
Desde 15 de março, a repressão já deixou na Síria mais de 1,2 mortos, dez mil presos e a fuga de outros milhares.
Apenas na madrugada deste domingo, cerca de 400 sírios cruzaram a fronteira turca e agora chega a 5.051 o número de refugiados provenientes da Síria e instalados em acampamentos no sul da Turquia, informou a agência de notícias Anatolia.
Os atuais três acampamentos estão instalados na localidade de Yayladagi, mas a organização Crescente Vermelho já começou a montar outros dois em Altinozu e Boynuyogun, com capacidade para 4.000 e 5.000 pessoas, respectivamente.
A maioria dos sírios fugiu da cidade de Jisr al Shughur, 40 km da fronteira turca, onde as forças de segurança sírias lançaram uma grande operação.
Na véspera, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou sua "profunda tristeza e preocupação" pela situação na Síria.
"Estou muito triste e muito preocupado com o que está ocorrendo na Síria. Fiz muitas declarações e falei com o presidente (Bashar al Assad) muitas vezes, pessoalmente, para dizer a ele que deve tomar ações imediatas e decisivas e escutar seu povo e atender suas necessidades", disse Ban.
"Sinto-me muito triste pelo fato de tanta gente ter morrido", completou na coletiva de imprensa na qual estava acompanhado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Na sexta-feira, o secretário-geral da ONU condenou o uso da força militar contra os manifestantes na Síria, que qualificou de "inaceitável", segundo seu porta-voz, Martin Nesirky, em Nova York.
Ban tinha se referido particularmente a uma nova operação no povoado de Jisr al Shughur, onde ao menos 25 pessoas foram mortos pelas forças de segurança sírias nos protestos que se ampliam por todo o país.