Odebrecht pode degolar outro presidente: o peruano PPK
ÀS SETE - Kuczynski é acusado de receber dinheiro da empresa enquanto ocupava uma cadeira de ministro da Economia
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 07h06.
Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 07h33.
A quinta-feira pode ser um dia definitivo para o mandato do presidente do Peru , Pedro Pablo Kuczynski.
O parlamento do país se reúne hoje para a votação que pode cassar o mandato de PPK por seus vínculos com a empreiteira brasileira Odebrecht.
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Ele é acusado de receber dinheiro da empresa enquanto ocupava uma cadeira de ministro da Economia e, posteriormente, primeiro-ministro do governo Alejandro Toledo por serviços de consultoria em contratos públicos no Peru, um flagrante conflito de interesse.
A suspeita é de que ele tenha recebido 800.000 dólares da empreiteira por meio de uma consultoria chamada Westfield Capital para serviços na estrada Interocenánica Norte, que interliga o país com o Brasil.
O presidente admite que prestou serviço à Odebrecht por outra empresa, a First Capital, e disse que não ocupava cargo público na ocasião.
Há seis dias, o presidente foi à televisão para se explicar, mas convenceu ninguém. Desde a revelação do esquema, há uma semana, o apoio a PPK esfacela-se em tempo recorde.
Ao contrário do Brasil, onde os aliados mantêm-se fiéis mesmo com assessores presidenciais carregando mala com 500.000 reais em dinheiro vivo e senadores são flagrados pedindo 2 milhões de reais a empresários, no Peru os partidos de esquerda que compunham a base eleitoral de PPK nas últimas eleições, em 2016, viram-lhe as costas.
Imediatamente, 93 dos 130 congressistas votaram a favor de uma moção de pedido de impedimento de PPK.
São necessários 87 votos contra o presidente para encerrar o mandato. A coalizão de oposição é coordenada por Keiko Fujimori, da Fuerza Popular, e candidata derrotada por pouco por PPK nas eleições.
Caso o presidente seja impedido, o vice-presidente, Martín Vizcarra, toma posse em seu lugar. PPK seria apeado do poder em apenas um ano e quatro meses de mandato. Por aqui, em três anos e meio de Operação Lava-Jato, temos zero condenados.