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Obama tranquiliza aliados sobre China em viagem pela Ásia

Presidente dos EUA disse que relação com Pequim não se desenvolverá às custas dos aliados asiáticos de Washington

Barack Obama: presidentenorte-americano chegou nesta quarta-feira a Tóquio, primeira escala de uma viagem de uma semana por quatro países, num momento de crescente tensão na região (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 09h13.

Tóquio - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , disse que seu país saúda a ascensão chinesa, mas que a relação com Pequim não se desenvolverá às custas dos aliados asiáticos de Washington.

Coincidindo com a chegada de Obama à Ásia, a imprensa estatal chinesa acusou os EUA de agirem de forma "míope" e tentarem "engaiolar" a potência asiática.

Obama chegou nesta quarta-feira a Tóquio, primeira escala de uma viagem de uma semana por quatro países, num momento de crescente tensão na região, quando Washington pede à Coreia do Norte que evite novos testes nucleares.

Esta é a primeira visita de Estado plena de um presidente norte-americano ao Japão desde 1996. Obama pretende tranquilizar Tóquio e outros aliados sobre o compromisso dos EUA com a defesa comum diante de uma China cada vez mais assertiva.

Obama e o premiê japonês, Shinzo Abe, também estão ávidos por mostrarem progressos na negociação de um acordo comercial bilateral que é visto como peça importante para um tratado regional mais amplo, crucial para o "giro" militar, diplomático e comercial do governo Obama na direção da Ásia.

Observando que Pequim e Washington podem trabalhar juntos em questões como o programa nuclear norte-coreano, Obama disse ao jornal japonês Yomiuri, em declarações por escrito: "Em outras palavras, saudamos a continuidade da ascensão de uma China que seja estável, próspera, pacífica e desempenhe um papel responsável nos assuntos globais." Ele acrescentou: "E nosso engajamento com a China não vem e não virá à custa do Japão ou de qualquer outro aliado".

Essas garantias devem ser reiteradas na cúpula Obama-Abe na quinta-feira.


Em suas declarações ao Yomiuri, Obama também afirmou que as pequenas ilhas desabitadas disputadas entre Japão e China no mar da China Oriental estão abrangidas por um tratado bilateral de segurança que obriga os EUA a saírem em defesa do Japão.

"A política dos EUA é clara -- as ilhas Senkaku (chamadas de Diaoyu pela China) são administradas pelo Japão, e portanto recaem no escopo... do Tratado EUA-Japão de Cooperação e Segurança Mútua", disse Obama.

Em artigo publicado na quarta-feira, a agência de notícias chinesa Xinhua disse que os EUA promovem na região "um esquema cuidadosamente calculado para engaiolar o gigante asiático de rápido desenvolvimento".

"Os Estados Unidos deveriam reavaliar o seu anacrônico sistema de aliança hegemônica e parar de mimar amigos como o Japão e as Filipinas, que vêm acendendo as tensões regionais com medidas provocativas." Um porta-voz da chancelaria chinesa rejeitou na quarta-feira a tese de que o tratado de segurança nipo-americano abranja as ilhas disputadas. Segundo Qin Gang, "trata-se de um arranjo bilateral da Guerra Fria, e não deveria afetar a soberania territorial e os direitos razoáveis da China", afirmou.

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Tóquio - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , disse que seu país saúda a ascensão chinesa, mas que a relação com Pequim não se desenvolverá às custas dos aliados asiáticos de Washington.

Coincidindo com a chegada de Obama à Ásia, a imprensa estatal chinesa acusou os EUA de agirem de forma "míope" e tentarem "engaiolar" a potência asiática.

Obama chegou nesta quarta-feira a Tóquio, primeira escala de uma viagem de uma semana por quatro países, num momento de crescente tensão na região, quando Washington pede à Coreia do Norte que evite novos testes nucleares.

Esta é a primeira visita de Estado plena de um presidente norte-americano ao Japão desde 1996. Obama pretende tranquilizar Tóquio e outros aliados sobre o compromisso dos EUA com a defesa comum diante de uma China cada vez mais assertiva.

Obama e o premiê japonês, Shinzo Abe, também estão ávidos por mostrarem progressos na negociação de um acordo comercial bilateral que é visto como peça importante para um tratado regional mais amplo, crucial para o "giro" militar, diplomático e comercial do governo Obama na direção da Ásia.

Observando que Pequim e Washington podem trabalhar juntos em questões como o programa nuclear norte-coreano, Obama disse ao jornal japonês Yomiuri, em declarações por escrito: "Em outras palavras, saudamos a continuidade da ascensão de uma China que seja estável, próspera, pacífica e desempenhe um papel responsável nos assuntos globais." Ele acrescentou: "E nosso engajamento com a China não vem e não virá à custa do Japão ou de qualquer outro aliado".

Essas garantias devem ser reiteradas na cúpula Obama-Abe na quinta-feira.


Em suas declarações ao Yomiuri, Obama também afirmou que as pequenas ilhas desabitadas disputadas entre Japão e China no mar da China Oriental estão abrangidas por um tratado bilateral de segurança que obriga os EUA a saírem em defesa do Japão.

"A política dos EUA é clara -- as ilhas Senkaku (chamadas de Diaoyu pela China) são administradas pelo Japão, e portanto recaem no escopo... do Tratado EUA-Japão de Cooperação e Segurança Mútua", disse Obama.

Em artigo publicado na quarta-feira, a agência de notícias chinesa Xinhua disse que os EUA promovem na região "um esquema cuidadosamente calculado para engaiolar o gigante asiático de rápido desenvolvimento".

"Os Estados Unidos deveriam reavaliar o seu anacrônico sistema de aliança hegemônica e parar de mimar amigos como o Japão e as Filipinas, que vêm acendendo as tensões regionais com medidas provocativas." Um porta-voz da chancelaria chinesa rejeitou na quarta-feira a tese de que o tratado de segurança nipo-americano abranja as ilhas disputadas. Segundo Qin Gang, "trata-se de um arranjo bilateral da Guerra Fria, e não deveria afetar a soberania territorial e os direitos razoáveis da China", afirmou.

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