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Obama prioriza campanha em visita à ONU

Presidente deixou a diplomacia para Hillary Clinton e deve discursar depois de Dilma Rousseff

Barack Obama ficará em Nova York apenas 24 horas, o suficiente para realizar seu discurso na 67ª Assembleia Geral da ONU (Jewel Samad/AFP)
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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 07h29.

Nações Unidas - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , priorizou nesta segunda-feira sua campanha para a reeleição em sua visita a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, e deixou a política externa a cargo de sua secretária de Estado, Hillary Clinton, que se reuniu com os líderes do Paquistão, Afeganistão e Líbia.

Logo após chegar em Nova York, Obama se dirigiu, ao lado de sua esposa, Michelle, aos estúdios do canal 'ABC' para gravar uma entrevista no programa 'The View', muito popular entre as mulheres, parcela do eleitorado que em sua maioria apoia o democrata.

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Obama ficará em Nova York apenas 24 horas, o suficiente para realizar seu discurso na 67ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, às 10h10 local (11h10 de Brasília), e depois mais um na fundação Iniciativa Global Clinton.

Na noite de hoje, o presidente ofereceu uma recepção privada no hotel Waldorf Astoria aos chefes de delegação que participarão da Assembleia Geral, cujos debates começam amanhã.

Obama discursará após a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e fará referência aos "recentes protestos no mundo muçulmano" por causa de um vídeo produzido nos EUA considerado ofensivo ao profeta Maomé, assim como às "transições democráticas no mundo árabe", disse hoje o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Em seu discurso, Obama sublinhará que a violência "nunca é aceitável" e 'enviará uma clara mensagem de que os Estados Unidos nunca se retirarão do mundo', acrescentou Carney.

Na entrevista ao programa "The View", Obama afirmou que "não há dúvida" de que o ataque ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), no qual morreu o embaixador Chris Stevens e outros três americanos, foi mais do que uma ação incontrolável de uma horda.

O ataque contra o consulado ocorreu no mesmo dia do décimo primeiro aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, e marcou o início de protestos em vários países árabes contra o vídeo que satiriza Maomé.

Na semana passada, a Casa Branca afirmou que o incidente de Benghazi foi 'um evidente ataque terrorista', embora as investigações sobre seus motivos e autores seguem abertas.

'A grande maioria dos muçulmanos querem as mesmas coisas que as famílias daqui. Querem oportunidades, educação para seus filhos, empregos, paz. Mas há grupos extremistas', advertiu Obama na entrevista.


O presidente não se esquecerá do Irã em seu discurso na Assembleia, que será uma nova oportunidade para ressaltar que 'não se pode permitir' que esse país desenvolva uma arma nuclear, segundo comentou Carney.

O porta-voz também minimizou o fato de que Obama não irá se reunir com nenhum líder estrangeiro durante sua estadia em Nova York.

Nas últimas semanas, Obama teve 'amplas consultas' com líderes estrangeiros, como do Egito, Israel, Iêmen, Turquia e Líbia, e essas conversas 'continuarão', argumentou Carney.

A Casa Branca negou que Obama tenha recusado se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que há semanas pede que os Estados Unidos sejam mais firmes em sua condenação ao programa nuclear do Irã.

Por outro lado, quem teve uma jornada repleta de encontros bilaterais em Nova York foi Hillary Clinton, que se reuniu hoje com os líderes paquistanês, Asif Ali Zardari, afegão, Hamid Karzai, e com o presidente do Governo interino da Líbia, Mohammed el Magariaf.

Zardari garantiu a Hillary que o governo do Paquistão está unido no apoio a Washington diante da violência provocada pelo vídeo que denigre a figura de Maomé.

Além disso, Zardari afirmou que seu governo não apoia os comentários do ministro paquistanês de Ferrovias, Ghulam Ahmed Bilour, que anunciou no sábado que recompensaria com US$ 100 mil quem matasse o autor do vídeo antimuçulmano.

Com Karzai, a secretária de Estado repassou a situação da operação aliada no Afeganistão após a retirada, na quinta-feira passada, dos últimos militares americanos do contingente de 33 mil soldados enviados em 2010 ao país como reforço.

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