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Obama planeja encerrar presença no Afeganistão até 2016

Presidente americano revelou o seu plano para retirar parte das tropas norte-americanas do Afeganistão até o fim deste ano e o restante até o fim de 2016


	Soldados americanos no Afeganistão: decisão significa que Obama deixará o cargo tendo retirado os EUA da guerra mais longa da sua história
 (Patrick Baz/AFP)

Soldados americanos no Afeganistão: decisão significa que Obama deixará o cargo tendo retirado os EUA da guerra mais longa da sua história (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 19h19.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelou nesta terça-feira o seu plano para retirar parte das tropas norte-americanas do Afeganistão até o fim deste ano e o restante até o fim de 2016, encerrando mais de uma década de envolvimento militar desencadeado pelos ataques de 11 de setembro de 2011 nos Estados Unidos.

A decisão significa que Obama deixará o cargo no começo de 2017 tendo retirado os EUA da guerra mais longa da sua história. Ele pôs fim à presença militar no Iraque em 2011.

O anúncio de Obama na Casa Branca desencadeou críticas dos republicanos que alegam que os ganhos duramente obtidos contra o Taliban poderão ser perdidos, da mesma maneira que a violência sectária voltou ao Iraque após a retirada norte-americana.

Obama, que fez uma rápida visita às tropas no Afeganistão no fim de semana, pareceu prever os temores de que esteja abandonando o Afeganistão. Ele disse ser a hora de os afegãos protegerem o seu próprio país.

“Temos que reconhecer que o Afeganistão não será um lugar perfeito, e não é responsabilidade dos EUA torná-lo um”, declarou o mandatário.

De acordo com seu plano, 9.800 soldados irão permanecer até o ano que vem. Até o fim de 2015, esse número será reduzido aproximadamente à metade. Em 2016, a presença norte-americana será limitada à de uma embaixada normal, com o auxílio de um escritório de segurança em Cabul, como foi feito no Iraque.

Os 9.800 soldados irão assumir um papel consultivo, apoiando as forças afegãs, treinar as tropas do país e ajudar a direcionar missões para eliminar alvos remanescentes da Al Qaeda.

Qualquer presença militar dos EUA depois de 2014 será contingenciada pela assinatura de um acordo de segurança bilateral entre os governos do Afeganistão e dos Estados Unidos.

Prestes a terminar seu último mandato, o presidente afegão, Hamid Karzai, recusou-se a assiná-lo, mas as autoridades dos EUA viram como bom sinal que os dois principais candidatos da corrida presidencial afegã, Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani, comprometeram-se a firmá-lo se forem eleitos no segundo turno em 14 de junho.  Obama disse que a longa estadia norte-americana no Afeganistão é uma prova de que “é mais difícil encerrar guerras do que começá-las”.

“Mas é assim que as guerras terminam no século 21: não com cerimônias de assinatura, mas com golpes decisivos contra nossos adversários, transições para governos eleitos, forças de seguranças treinadas para assumir a liderança e, por fim, responsabilidade total”.

Alguns republicanos receberam as notícias com ceticismo.

“A decisão do presidente de estabelecer uma data arbitrária para a retirada total das tropas do Afeganistão é um erro monumental e um triunfo da política sobre a estratégia”, disseram os senadores republicanos John McCain e Lindsey Graham em um comunicado.

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